domingo, 16 de novembro de 2008

Respeito e Cidadania não combinam com Homofobia

Companheiros de luta!

Há muito oque questionar dessa situação atual, que mexeu com a comunidade LGBT nos últimos dias. Creio que seja prudente e a hora para refletirmos neste momento histórico do movimento LGBT.

Tenho uma lição de vida que diz assim:

“Esquecer a história é permitir que ela se repita: exemplo – o Holocausto”.

Pois bem, a mídia é uma formadora de opinião, não é? Correto?

Então o que se diz via esse veículo, fará uma imensa diferente no imaginário popular de cada lar do Brasil. Dentro de nossas casas e com os nossos pais e opressores também. Correto?

Pais homofobicos dentro de casa vão usar isto em favor da violência doméstica e esses cidadãos serão espancados, subtraidos, pré julgados ou até mesmo expulsos de casa. Todos que não estejam dentro dos padrões heteros normativos serão julgados. Pois os filhos deles não são como desse casal da televisão. Os próprios pais sentiram que não conseguiram oque desejaram para seus filhos. Dupla culpa e consequentemente os/as filhos/as sofreram as consequências disto seguido das culpas: “Aonde errei? – Dentro da minha casa não tem viado – O que os vizinhos irão falar? Vergonha da família e etc...”

Então essa Sra e esse Sr ao se pronunciarem do jeito que fizeram perante as cameras no Brasil inteiro, eles formaram uma opinião sim. tanto é, que nós estamos traçando linhas escritas entre nós. Nos manifestando, pois o que disseram, criou em nosso imaginário questionamentos sérios. As palavras deles não passaram em vão. Eles mexeram com uma comunidade. Eles ofederan pessoas. Mesmo que tenham a liberdade de se expressarem, eles para alguns, se expressaram de forma leviana em rede nacional de televisão.

Isto pode pesar contra para o movimento e até mesmo surtir efeitos positivos para a oposição que está travando, lutando contra o PL 122 e adicionar a tantas outras formas de homofobias silenciosas.

Eles são responsáveis pelo que disseram na mídia e vão ter que assumir a resposnsabilidade do ato. Infelizmente isto estará esquecido pelo movimento em alguns dias e as pessoas estarão omissas ao fato ocorrido. Outro momento lamentável também de nossa história.

Nossos pais nos formam sim! Seguindo as diretrizes que eles nos traçam, podemos ser do bem ou mal.

Matar homossexuais ou espanca-los até desfalecerem é também uma lição que se aprende com familias, que educam os seus filhos bem. Somo animais irracionais e nos chamam de seres humanos.

Jovens ricos espacam domésticas em pontos de onibus e encendeiam indios em plena cidade urbana. Todos criados como filhos de familias iguais desse casal da tv. Todos souberam criar os filhos e os mesmos deram no que deram. Monstros fabricados em meio a tradicional família brasileira. Por isso reafirmo que não sabemos o que os nossos filhos serão.

Quando vemos pais ensinando os filhos a darem porrada nos afeminados, eles naquele exato momneto estão ensinando os filhos a serem machos “como de desejo de todos os Pais”. Todos sem excessão querem filhos machos e filhas femininas. Tudo que sair desse padrão é condenável, vira piada, é despresível, necessita ser punido. Com raras excessões, pois elas existem e famílias tolerantes também fazem parte desse universo d etantas contradições.

Filhos gerarão o ódio, mediante o que as famílias lhes ensinam. Crianças não nascem perversas, racistas, homofóbicas. Não importa se nasçam ou cresçam em famílias do bem ou do mal. Não basta só saber criar, temos que promover outras fontes fundamentais no carater de nossos filhos, de nossos futuros cidadãos, de pessoas que exercerão a solidariedade, a civilidade e saberão conviver com as diferenças, sejam elas quais forem.

Fui criado em uma família que me ensinou a não me misturar com homossexuais (neste exato momento estava apredendo a ser intolerante com o meu semelhante) e hoje eu sou um gay bem resolvido, convivendo entre heteros e bissexuais, travestis e transsexuais, ambiguos e pessoas sem direção ainda. Mas poderia ser o contrário, pois não aprendi a ser bem resolvido com a minha sexualidade. Teria que ser macho ou levaria porrada. Não levei porrada da minha família, mas aprendi a ser um homossexual com carater e me fazer respeitar.

Por esse motivo a minha revolta a todos que desrespeitam a diversidade dos outros. Incluíndo a de querer ser macho autêntico. Existem também o macho do bem. O homem másculo, aquele que sabe o que quer sem ter que provar nada.

Com qual ferramentas esse “casal” sabe que os seus filhos serão ou não machos, heteros, homossexuais, assassinos, ladrões ou grandes lideres? – Tolos os que pesam que podem traçar o destino do ser humano.

Infelizmente tanto a pergunta do apresentador, quanto a resposta e a adição do comentário dos demais, dos convidados, foram infelizes.

Isto mostra muito bem o que a sociedade pensa dos homossexuais no meio dessa revolução atual toda. Um termometro de uma panela de pressão foi o comentários dos dois.
Esse casal simplesmente se expressaram como eles realmente pensam. Gostam de gays, por que eles compram ingressos para os shows, seus DVDs, CDS e as bugingangas que vem com seus nomes. Nada mais do que isto.


Respeito é contruido e não só demonstrado perante cameras de televisão, você tem respeito ou não tem. Não há meio termos nesta situação. O que foi dito, para mim, foi uma grande falta de tato e respeito com a comunidade LGBT ou qualuqer outro seguimento oprimido. – Ando cansado do politicamente correto, quando na verdade a sociedade está muito dividida no politicamente incorreto.

Estamos em um momento histórico em que nada se pode deixar passar em branco ou será usado contra o próprio movimento. Isto não significa que estejamos sendo menos ou mais, simplemesmente estamos adquirindo experiências para podermos usa-las na hora certa. A homofobia seja ela qual for, dita por quem quer que seja, é condenável, mesmo que seja sem intenção ou venha de populares famosos ou não, religiões extremistas ou pessoas formadoras de oponião.

Eu propriamente acho imperdoável, um apresentador de televisão, um lider, um vizinho, uma pessoa famosa na mídia, enfrente as cameras, endossarem o padrão “macho”, aquele ser, o qual nem a própria mulher ele respeita. Fico impressionado ver uma mulher dizer que prefere um filho macho, um cidadão macho que subtraem a mulher e dominam com a sua capacidade de provedor, comedor e dominador.

Mesmo que estejamos dentro uma democracia plena, as pessoas que têm preferências como dito por essa Sra reafirma o ódio contra os homossexuais e isto é inconcebível. Pois é nada mais, nada menos, do que endossar a matar ou dar porrada na primeira pessoa afetada que passar na frente deles.

Mesmo quando falamos isto em forma de piada, como vemos na TV brasileira em diferentes programas de massa. Basta ligarmos a TV e o “O Pânico” está lá colocando as pessoas na mais reles posição de submissão. Esse casal “heterossexual” fizeram o mesmo ao falar o que falaram na televisão. Mais uma vez a mídia protagonizando o circo dos horrores e isto vem se repetindo por toda uma geração da mídia sem nenhuma punição.

Preferências todos nós temos, mas nem por isso podemos ou devemos usar as nossas preferências como meio de indução a violência, seja ela verbal, física ou psicológica.
A oposição ao PL122 está só esperando esses ganchos de massa para provarem que somos menores, sem direitos, pervertidos e como dizem muitos, doentes.


Não consigo na minha história de vida e luta, separar ou perdoar homofobia de quem quer que seja, inclusive até dos amigos e familiares homofobicos. Não lhes dou o direito a isto e não importa o que pensam sobre a minha atitude.

O nosso movimento não está envelhecido, muito menos amadurecido, algumas pessoas, pouquíssimas, assim eu diria, estão amadurecidas e atuantes, porém a maioria da comunidade ainda não sabe para onde ir e não fazem muito ou nada para que essa realidade possa mudar.
No dia 3/11/2008, no CCBB do Rio de Janeiro, ao ouvir na estréia do meu filme “Sexualidade e Crimes de Ódio”, o qual poi seguido de debate, que só tinhamos ainda 100 mil assinaturas contra a homofobia por um amigo amadurecido no movimento. Eu confesso que gelei. Acreditava na minha inocêncioa que já estariamos cerca de um milhão de adesão ou mais. Para a minha surpresa e dos demais só temos um pouco mais agora de 100 mil assinaturas.


Por favor companheiros, entrem na campanha e peçam adesão www.naohomofobia.com.br

Temos que correr contra o tempo, pois se conseguimos colocar, segundo as estátisticas, mais de um milhão de pessoas em paradas gays nas ruas, então estamos correndo em círculos como ratinhos de laboratórios. Com tantas paradas e ainda não conseguimos o nosso milhão. Creio que estejamos carentes de pessoas endossando essa causa. O que fazer? Tragam sugestões! Aonde estamos errando!

Possivelmente todos nós que estamos nos expondo e nos manifestando, não poderemos agradar gregos e troianos, até mesmo dentro do movimento, mas creio que seja o momento em nossa história, em que gregos e troianos necessitarão criar uma união, para que possamos derrubar esse tipo de atitude e comportamento homofobico que a sociedade brasileira vem demonstrando todos os dias.

Basta olharmos para os nossos companheiros sendo assassinados, espancados e expulsos de suas casas para entendermos melhor a necessidade de repudiar, o que esse casal e tantos outros personagens populares e formadores de opinião vêem fazendo contra a comunidade LGBT. Boicota-los, também é uma medida positiva, pois foi assim que Gandhi e outros grande lideres conseguiram vencer as suas revoluções.

Atenciosamente
Vagner de Almeida
( ver o trailer do meu filme abaixo para poderem entender o meu ponto de vista, caso o que foi escrito acima, não tenha sido suficiente)

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