quinta-feira, 7 de junho de 2007

Homofobia Impune e o Descaso da Impunidade



Publicada em: 16/05/2007 às 15:05Entrevista CLAM por Washington Castilhos



Homofobia impune

No início do ano, pichações com ameaças homofóbicas, atribuídas a um grupo intitulado "Farmeganistão", atingiram muros da rua Farme de Amoedo, principal trecho de freqüência GLBT da cidade do Rio de Janeiro. A rua é localizada no bairro de Ipanema, na zona sul da cidade, lugar geralmente freqüentado por pessoas de alto poder aquisitivo. Em fevereiro, o Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual, temendo ações da gangue durante o Carnaval, organizou um ato público e o policiamento no local foi reforçado. No extremo oposto da cidade, a Baixada Fluminense aglomera 14 municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, sendo também palco de crimes de violência contra homossexuais, especialmente contra as travestis que realizam trabalho sexual nas rodovias. Diferentemente de Ipanema, as agressões na Baixada Fluminense acontecem quase todos os dias. Acostumado a retratar em seus documentários o cotidiano de gays, lésbicas e transgêneros da região, o cineasta Vagner Almeida não vê diferença entre um crime de ódio ocorrido em áreas socialmente privilegiadas ou nos cinturões de pobreza. Para ele, a diferença está na “impunidade” desses crimes.
“Entre a Baixada e Ipanema, as diferenças se relacionam ao modo como as autoridades e pessoas que se interessam por estes casos resolvem ou lutam para que esses crimes tenham um encaminhamento correto, e que os assassinos e agressores sejam devidamente punidos. Na zona sul da cidade do Rio de Janeiro eles são solucionados rapidamente. Os homofóbicos de Ipanema conseguem mobilizar o poder público, grupos GLBT, a sociedade e a mídia, enquanto na Baixada Fluminense esses mesmos crimes ficam sem solução. Há um descaso das autoridades e até mesmo de grupos que lutam pelos direitos humanos”, sublinha Vagner de Almeida.

Seu último documentário, “Basta um dia”, conta a história de atores sociais que vivenciam ou testemunham chacinas, assassinatos e brutalidades, retratando a situação de exclusão e abandono dessas pessoas pelo poder público e outras instâncias da sociedade. “Além de denunciar a banalidade e impunidade que caracterizam os crimes de ódio contra gays e travestis, buscamos também aumentar o coro de vozes e resistências de todos aqueles que lutam pela cidadania plena e pela afirmação da vida como um valor supremo e universal”, afirma Vagner nesta entrevista.

Vagner Almeida é coordenador de projetos da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA) – seus filmes fazem parte do projeto “Homossexualidade” desta instituição – e membro do Centro de Gênero, Sexualidade e Saúde da Universidade de Columbia, em Nova York.
Como cineasta o sr. volta seu olhar para a Baixada Fluminense. Por que este cenário?

Como trabalho com diversidades, principalmente sexual, acabei encontrando um lugar para poder entender sexualidade, gênero e saúde dentro de um cinturão também de pobreza, violência e doença. Quando iniciamos o Projeto Homossexualidade na ABIA, em 1993, fizemos um imenso apanhado do Grande Rio, analisamos todos os pontos que atuávamos e acabamos percebendo que a Baixada era potencialmente um lugar de intensa pesquisa.

"Basta um dia", seu último filme produzido na região, trata de crimes de ódio contra homossexuais. Quem são as maiores vítimas desses crimes?

Os jovens gays e as travestis são grupos de intensa vulnerabilidade para esses grupos de extermínio. São chamadas de presas fáceis. Dezenas de jovens na pesquisa que antecedeu às filmagens relatam o que acontece com eles e elas todos os dias e noites quando estão atuando como “trabalhadores sexuais” na Via Dutra. Relatam e mostram as marcas da violência, cicatrizes e estilhaços de balas em seus corpos, e a eterna incerteza do amanhã. Foi depois desses fatos todos que decidi dar ao filme o título de “Basta um dia”. É assim que esses atores sociais da região relatam as suas vidas. Acreditam que podem sair de suas casas e não retornarem mais.

O que propicia a impunidade deste tipo de ação naquela região?

Poderíamos começar a pensar na falta de autoridade, de policiamento ostensivo, de políticos com interesse no social, de saúde pública mais presente, de trabalho e de educação para todos os jovens gays, de escolas profissionalizantes e de educadores preparados para conviverem com a diferença.

Recentemente, diversos casos de agressões a gays têm sido registrados num tradicional ponto de sociabilidade GLBT, na rua Farme de Amoedo, em Ipanema, lugar geralmente freqüentado por pessoas de classes altas. Isso revela que a violência homofóbica não está restrita a áreas urbanas mais "esquecidas", como a Baixada Fluminense? Que diferenças o sr. identifica entre os dois casos?

Crimes são iguais em qualquer lugar. Não há diferença entre um crime de ódio ocorrido em áreas socialmente privilegiadas ou nos cinturões de pobrezas. A diferença está na impunidade, no modo como as autoridades e pessoas que se interessam por esses crimes lutam por um encaminhamento correto, no sentido de que os assassinos e agressores sejam devidamente punidos. Na zona sul do Rio de Janeiro esses crimes são solucionados rapidamente. Os homofóbicos de Ipanema conseguem mobilizar o poder público, grupos GLBT, a sociedade e a mídia. Na Baixada, esses mesmos crimes ficam sem solução. Há um descaso das autoridades e até mesmo de grupos que lutam pelos direitos humanos. Há um descaso, sim, de toda a sociedade.

Em Ipanema, os agressores são identificados como pitboys, jovens de famílias de classe média moradores da região. Quem são os agressores da Baixada?

De acordo com os relatos dos atores sociais que tenho entrevistado, os agressores são franco atiradores, clientes homofóbicos e religiosos que incitam a população contra a comunidade GLBT. São pessoas que impõem o toque de recolher, não permitindo que homossexuais transitem livremente nas áreas dominadas por eles. Apedrejam ou queimam os corpos das vítimas. Em áreas elitizadas, resolver o mesmo tipo de violência dá visibilidade e faz com que se adqüira prestígio aos olhos públicos. Mas não se resolve o caso do outro lado da cidade. Na Baixada, não há a “elite gay cor de rosa”, são raros os políticos que mostram interesse nos casos, apesar de terem um eleitorado de milhares de pessoas votando neles. A própria mídia retrata os fatos que ocorrem na zona sul, mas raramente vê-se estampada nas capas dos periódicos mais intelectualizados a violência que arrasa a Baixada diariamente. A não ser nos jornais sensacionalistas, que estampam suas manchetes com fragmentos de frases como “UMA QUASE MULHER MORTA NA DUTRA”. Tratava-se de uma jovem travesti que foi barbaramente assassinada na hora de seu trabalho à beira dessa rodovia. Todos os dias isto ocorre lá e não há nenhuma mobilização. Temos sim uma faixa separando uma elite gay dos homossexuais que vivem nos cinturões de pobreza da Baixada Fluminense. É a nossa realidade, porém lamentável.
Porém, não existem diferenças entre os crimes. A mesma bala que fere mortalmente a travesti ou o gay na Baixada, pode ser a mesma que matou um gay na zona sul, Nova Iorque, Paris ou Barcelona. Crimes são crimes, mas a forma de penalização no Brasil é que nos parece completamente diferente quando se trata de áreas socialmente privilegiadas ou nos cinturões de pobreza do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Amar é fundamental para Alma e o Sexo


E assim passaram-se 50 anos de minha vida!

Cheguei aos meus 50 anos e tenho muito oque agradecer a Deus, as forças do bem e aos amigo...
Contando os dias e as horas, abrindo janelinhas da minha existência passada, presente e algumas que vou abri-las no futuro, revisito tantas emoções positivas que tenho experimentado em todo essa caminhada. Neste percurso pelos caminhos da vida me deparo com um dos maiores sentimentos do mundo, o “AMOR”. Etâ saudade boa a do AMOR, de AMAR, de ser
AMADO.

Fazendo essa peregrinação, deixo para trás os “DESAMORES”, os momentos que me fizeram sofres por “AMOR” – Que delícia sofrer por AMOR. – Adorei sofrer quando loucamente AMAVA as pessoas erradas e saia cantando as musicas de Maria Bethânia, Gal, Nora Ney, Angela Maria, Dalva de Oliveira, Martinha, Roberto Carlos, Nelson Nedes, Agnaldo Timotio, Vanusa, Jerry Adriano, Agnaldo Rayol, Rita Lee, Os Mutantes, Wanderley (Wandeca) “Por favor, pare agora. Sr Juiz... Pare agora...” The Feveres, Claudete Soares, Evinha, Nara Leão, Chico, Maria Cleuza, Vinícius de Morais, Odair José, Raul Seixas e tantos outros que embalaram as minhas sonatas Amorosas.

Porém uma canção é muito espécil, ficou marcada “a ferro e fogo em carne viva”, foi Maria Bethânia cantando “Tantos homens e mulheres me amaram bem mais e melhor que você” – Isto faz parte da minha história de 50 anos de “AMOR”.


Olhos nos Olhos
Maria Bethânia
Composição: Chico Buarque
Quando voce me deixou, meu bem / Me disse pra ser feliz e passar bem / Quis morrer de ciúme / Quase enlouqueci
Mas depois como era de costume, obedeci / Quando voce me quiser rever / Já vai me encontrar refeita, pode crer / Olhos nos olhos / Quero ver o que voce faz / Ao sentir que sem voce eu passo bem demais / E que venho até remoçando / Me pego cantando sem mais nem porque / E tantas águas rolaram /
Tantos homens me amaram bem mais e melhor que voce / Quando talvez precisar me mim / Voce sabe que a casa é sempre sua, venha sim / Olhos nos olhos / Quero ver o que voce diz / Quero ver como suporta me ver tão feliz.


Raramente acreditamos que podemos superar os nossos medos. Às vezes não conseguimos mesmo. Os medos nos consomem de tal forma, que deixamos de obedecer a coragem e nos entregamos ao medo. O AMOR no fortalece e nos amedronta aos mesmo tempo.

Em criança AMEI, não sabia o que era AMOR, mas AMAVA as pessoas adultas. Não me perguntem quem eu AMEI, pois não poderei revelar, são segredos gostosos que devemos nos poupar em dizer ou eles perdem o fascínio dos chamados AMORES SECRETOS de uma era que se foi. Mas pode retornar a cada esquina da vida. Basta a sorte nos ofertar com o AMOR.

Como criança já crescidinha contínuava a intensificar os meus amores proíbidos, agora já conseguia distinguir o certo do errado. Errado no ponto de vista religioso, moralista, ofensivo e perigosos. Mas isto me excitava muito e me permitia a “Pecar” e cada vez mais que PECAVA, eu AMAVA, criava fantásias em uma mente ainda desestruturada do conhecimento da vida. Amava PECAR, era um PECADOR nato desde cedo.

Qto adolecente, Oh! Deus do Céu! Era muito AMADO e AMAVA às vezes por horas, dias ou meses. Alguns AMORES pacatos, outros saudaveis e a mioria deliciosamente nocivos, perigosos, escandalosos, fugazes, proíbidos (idades e gêneros), sujos, demoníacos e todos eram para mim os “AMORES” de minha vida. Chegava a creditar que o mundo ia estacionar ali e eu contínuaria “AMANDO” para sempre aquela pessoa. Mas de repente eu despertava da ilusão, abria outra vez a porta do meu coração e já estava ali na frente, na esquina da vida me pegando com os novos, digo novos “AMORES”. – Como falei, alguns duravam só algumas horas. Como era bom ser AMADO e AMAR só por algumas horas, fazer sexo e viver aquele momento. Confundido com um bom sexo e horas de prazer, dava a mim o sentido de
AMOR.

Poucos foram que tiveram o prazer e a sorte de AMAR e ser AMADO por algumas horas. Eu AMEI e fui AMADO! Dei-me a permissão desse proíbido, pois no dito popular só quem vende sexo AMA por hora. – Felizes os que puderam AMAR por horas e ainda sairem feliz com a sua renda familiar garantida. APLAUSOS todas as pessoas que venderam o seu SEXO e AMARAM ao memso tempo.

Assim passei toda a minha adolecência, AMANDO tudo que passava pela minha frente. – tenham em mente que todas as pessoas que AMEI eu tive sexo com elas. Sexo leve, Sexo médio, Sexo pesado. Não se pode só AMAR sem ter o contato da carne. Faz parte do Show, faz parte da vida.

Creio e endosso que o SEXO é o feitiço do AMOR, mas sendo moderado, apimentado e colorizado, acaba sendo uma linda e eterna (caso possamos falar essa palavra) história verdadeira de AMOR.

Passei nas minhas entre safras a mistura do AMOR e SEXO, sem saber o que era mais gostoso. Só mais tarde é que descobri que o AMOR é mais gostoso do que o SEXO. – Isto sem desfazer ou abandonar as maravilhas que o SEXO faz no seu corpo, mente, alma e pele. O humor muda, o guarda-roupa é revirado, as fantásias afloram e as infinitas possibilidades surgem em nossas mentes adoravelmente pervertidas.

Vaculho todas as minha caixinhas da vida e vou abrindo uma a uma. Não me canso nunca de redescobri-las durante esse percurso dos meus 50 anos.

Agora já posso falar que o tenho e dele consegui sobreviver tantas coisas, adicionado coisas e subtraído outras.

Uma das partes mais importantes na minha vida foi descobrir a pessoa certa, em um momento certo, em um dia certo e com ela dediquei e estão sendo dedicados 24 anos de minha existência. São 24 anos de AMOR, SABEDORIA, PARCERIA e muita CONTRUÇÃO. Há quem diga que o AMOR não existe e muito menos a pessoa cereta na hora certa, no lugar certo. – Eu diria que nas encruzilhadas da vida há sempre duas linhas se encontrado em algum lugar do universo e elas podem ficar coladinhas para sempre. Basta termos a coragem de perceber e querer se atar a uma outra linha. Um nó sem ser cego, um laço que posso significar um presente de aniversário todos os dias.

Há a possibilidade do Sexo acabar, basta as pessoas deixarem de execitar seus tesões com os seus parceiros ou parceiras. A argamassa enrruga como um maracujá saboroso e docinho com a casca marcada pelo tempo. Mas ele é doce e saboroso e isto é que importa, além de lhe acalmar. Isto é uma parceria que transcede tudo na vida e só sobrevive com o AMOR.

Quero passar mais 50 anos AMANDO, sendo AMADO e vivendo as novas experiências que o AMOR nos oferece todos os dias.

Às vezes observo o AMOR sendo enganado, esmagado, atormentado por OBSESSÃO, VAIDADE PEQUENA, PASSARELA de AUTO-CENTRISMO e observo e digo para mim mesmo.
“Mais uma lição de vida aprendida. Não quero esse AMOR VACILO”.

Verei na minha trajetória muito amigos e conhecidos abandonando o AMOR e sendo abandonados pelo AMOR. Tolos os que abandonam o AMOR e triste os que são abandonados pelo
AMOR.

Faço dos meus 50 anos uma caminhada no meu interior esó tenho é que agradecermuito a Deus e as forças do bem, pelo AMOR que a mim foi concedido.

Amar é!

Tantas coisas! Infinitas coisas!
E acima de tudo saber reconhece-lo e àgua-lo todos os dias com o coração e alma em conjuto. Como plantas e flores o AMOR necessita ser humidecido todos os dias ou o solo seca, as folhas caiem, as raizes endurecem e a graça definha.

Dedico os meus 50 anos de vida e destes os 24 vividos ao lado do meu parceiro, amigo, irmão e
gurú.

Não deixe a vida passar sem AMAR! Terá perdido umas melhores coisas da vida.

Meio século de vida se expressando!

Vavabrasil