domingo, 22 de abril de 2007

Só faltam 40 dias para os meus 50 anos de vida


A Linda “Rosa Juvenil”

A “rosa ” não sou eu não! Baseio-me em uma lição de vida de uma senhora de 87 anos chamada “Rosa”. Ela conseguiu realizar seus sonhos até nos últimos dias de sua existência aqui neste sistema de vida.

Pois é! Sou eu de novo e desta vez mais proxímo do que antes dos meus 50 anos.


Agora faltam 40 dias para a transição. Essa passagem é muito interessante, excitante e até mesmo nos faz acordar centenas de lembraças de todas as cores e gostos. Lembraças recentes e algumas mofadinhas, mas o interessante é garimpa-las todas. Sem vergonha e medo de acorda-las no meio da noite existêncial, no meio de lá de dentro de você. Como uma onda no Mar.


Lulu Santos / Nelson Motta)


Nada do que foi seráDe novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinitoTudo que se vê não é Igual ao que a gente viu a um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir pra si mesmo agoraHá tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar


Hoje não levantei com dor nenhuma no corpo! Saravá! – Minto! Tive uma dorzinha de solidão! Não sei por que ou o que foi. Corri na cozinha e antes de tomar o meu café tomei a minha colherada de “Água de Melissa” e comi uma “Folha de Alface”.

Folha de Alface? – Você há de perguntar! Pois é! Simplesmente me deu vontade de comer uma Folha de Alface. Pronto! Comi! Resposta dada. Dali para frente o dia começou e no decorrer desse dia vou escrevendo a minha transição decimal. De 10 em 10 dias escrevo algo, que refleti durante esses dias.

Hoje eu quero falar sofre “Velhice” e o que eu entendo e aprendo com as pessoas mais idosas, mas vividas, mas conhecedoras do tempo e do espaço em que todos nós, querendo ou não teremos que percorrer. Isto se não formos deletados desse sistema antes do tempo dessa trajetória. – Já mencionei a “Balada de Naraiama, Nora Ney, Vanusa...”.

Na última passagem pela máquina do tempo eu li algo e compartilhei com os amigos a seguinte frase:


“Ficar Velho É Obrigatório, mas Crescer É Opcional”

Pois bem, estas frases e fragmentos que se seguem, muitos deles sairam de um caco de uma mensagem aqui, outra dali e outra acolá. Uma frase de um autor renomado e outras de escritores desconhecidos. Um provérbio de trasseira de caminhão ou de portas de banheiros públicos. Mas ajutando tudo a sopa de letras nos dá um àgape fantástico, extraordinário, fascinante e uma lição de vida para nunca esquecermos o que somos e o que fomos. Sem adicionar o que poderemos ser em qualquer idade que tivermos ou estado de saúde em que nos encontrarmos.

Com a máquina do tempo eu compartilharei minhas experiências e as sabedorias garipandas daqui e dali, cavandas dos meus escombros e edificações da minha própria vida. Uma arqueologia do meu próprio tempo. – Você já temtou garimpar a sua vida? Escrever coisas suas? Sem restrições? Sem medo de críticas? Se receio de errar? Pois não está seguindo regras gramáticais e nem escrevendo dissertações? – Simplesmente dedilhar palavras que saiam expontâneas de dentro de você? Lembrando “Ditos e Ritos” dos idosos ou de seus coleguinhas da escola primaria, revelando secredos no pé de ouvido de cada um de nós? – Pois é! Não temos mais tempo para isto anymore. – Segredos agora, soam como conspiração e os tolos felizes momentos de outrora, já eram... Parece saudosismo, mas é mesmo. Tudo ficou lá atrás e daqui a pouca esse fragmento do momento de minha vida, da sua vida, ficará também.

Pois bem, o tempo nos prega travessuras na memoria. Sem querer, sem perceber ou permitir, nós deletamos as nossas próprias memorias. Por esse motivo, acelera-me a colocar no papel meus fragmentos de meio século.

Olhem isto! Ouvi essa frase e com ela aprendi muito. Recuei no tempo, parei no presente para dar uma pincelada na memoria e embarquei para o futuro para observar como a vida é engraçada, com tantas ansiedades que colocamos lá na frente. Esse fenomeno que nos dias de hoje chamamos de “Estresse Generalizado”

“Nós não paramos de amar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos por que paramos de amar”


– Isto é lindo de mais, não é? - Não me importo o que as pessoas possam achar over, cafona, ultrapassado essas rimas baratas. Eu acho “Bidú” (gíria para legal, mas foi antes do meu tempo)

Há segredos, poções, mandingas para continuarmos jovens, felizes, saudáveis, positivos e conseguindo sucesso.

“Precisamos rir e encontrar humor em cada dia que despertamos. Temos que reservar uma parte do dia para darmos uma gargalhada. Mesmo que o dia não seja propício para isto.”

Uma históriazinha do meu meu curriculum existêncial, aqual mudou muito a minha trajetória na vida.

“Era moleque, calção curto, pernas grossas, pé no chão, cheirava a moleque de meio do mato, cheiro de capim, pasto, carrapichos e carrapatos. Um dia eu me encontrava muito expontâneo comigo mesmo, ria, pulava, saltitava na minha alegria verdadeira de criança descompromissada com a vida. Fui interrompido por alguém, por achar que a minha felicidade passageira a encomodava. Falou na minha cara de moleque de uns 6 ou 7 anos, quem ria assim era mulherzinha, zica, mariquinha, maluco, débil mental... Parei imediatamente de sorrir e saltitar, pois acima de tudo a minha masculinidade havia sido mexida, tocada, envadida. “Caminhei em direção a minha casa com um companhiero velho de 11 anos de vida. Ele morreu dois anos depois, o meu cão branquinho Heroi”. Fiquei indignado por ter me castrado e assumido a postura que aquela pessoa me colocou. Refleti por hora, dias e decidi aos 6 ou 7 anos de idade, nunca mais coibir o meu momento de felicidade, de insanidade positiva. Por nada e por ninguém. – Nem a minha mãe conseguia me parar de gargalhar quando eu começava e ela dizia: “Esse Menino Tem Um Encosto”. E mais ela falava, mas eu recebia o “Encosto Gargalhador’. Que delícia gargalhar, falar coisa boas altas e não sentir medo de ser feliz. Passei a minha adolecência gargalhando até da minha própria desgraça, dos meus erros, minhas derrotas e com certeza de minhas vitórias, as quais têm sido muitas na vida.

Hoje eu já dei as minhas gargalhadas! Umas de mim mesmo! Outras forçadas para massagear a face dos quase cinquentinhas! E a mais engraçada de todas foi gargalhar da própria vida! Rir é um fragmento fantástico em nossos dias estressados. Gargalhar espalhafatosamente é melhor ainda. Mesmo com um “Encosto Feliz Gargalhador”.

Saudades dos tempos que eu gargalhava olhando o meu cachorro “Vira Lata” tentar morder o próprio rabo. Sempre tive cachorro. Todos na maioria adoráveis “Vira Latas”Rex, Laica, Heroi, Ted, Suleika (etá cadela assanhada, cheia de namorados, adorava sacanagem), Menina, Pigmaleão, Jota e a cachorrada da vizinhaça que não saiam de perto de mim. Poderia contar a história de cada um deles. Etá saudades bonitas! – Rex me salvou de um mordida de “CobraCoral” e acabou sendo picado por ela. Mas minha mãe o salvou dando “Arnica” e fazendo “Emplastos de ervas”. Ele foi um “Heroi” e eu chorei muito quando ele morreu deitado na porta de nossa cozinha, perto de um grande fogão de lenha.
Interessante lembrar, que neste dia eu também ouvi pela primeira vez do meu pai que “Homem não chora!” – Mesmo assim eu chorei muito! É uma longa história, tristinha, mas linda de ser contada um dia.

“Necessitamos na vida de um sonho. Quando se perde os sonhos morremos.
Vemos tantas pessoas caminhando por ai que estão mortas e nem percebem.”


Desde moleque com a pipa impinada no ar eu sonhava e acreditava nos meus sonhos. Eram coisas paupáveis, como até hoje em meus sonhos mais absurdos, eu sonho com coisas concretas, possíveis e que me trará de alguma forma prazer e felicidade. – Sonhava com a Papai Noel, Coelhinho, Bicho Papão e na adolecência os sonhos já eram com pessoas, gente grande... A minha “Testosterona” já começa a gritar aos 11 anos. Dai para frente só posso falar dos meus sonhos em um livro com tarjeta preta na frente. Haja história de “Testosterana e Sacanagem” a serem contadas. Fui muito safado! Sempre feliz com as minhas safadezas! Deliciosamente safado e feliz! Tudo isto por que eu sonhava. Sonhava e sonho muito até hoje. “Viva as revistinhas do Zéfiro”, as li muito atrás dos galinheiros e escondido nos cantinhos.

“Qualquer um consegue ficar velho. Isto não exige talento e nem habildade. Porém há uma grande diferença entre ficar velho e crescer.”

Ouvi esse dito na vida, e anos depois alguém me manda isto pela internet em um texto lindo sobre a “Rosa de 87 anos”. Mas essa lição eu já havia aprendido nos meados dos anos 70 de um amigo lindo, que também não está mais perambulando por aqui. Ambos disseram a mesma coisa de maneiras diferentes.

“Se você dormir por um ano, sem fazer nada nos seus 20 anos. No proxímo ano você estará com 21, um ano mais velho e sem ter feito nada”

– Assim sucessivamente na sua vida até ficar velho. Você não necessita fazer nada para envelhecer. Mas envelhecer crescendo é o que faz a grande diferença de fazermos alguma coisa na vida para nós e para as pessoas.

“Nos dias de hoje a idéia é “Crescer” através de sempre encontrar oportunidades na novidade atual.”

- Aprendi também que isto não depende de nenhum talento ou oportunidade, pois é passageiro, como a moda do momento, a musa do verão, a dieta enlatada. Ou até mesmo os anseios de nossos pais querendo que sejamos o que eles não foram. Ou uma reprodução barata e equivocada do que eles são. Cópia será sempre cópia!

Aprendi também que a idéia é crescer sempre encontrando oportunidades de mudar para melhor. Sair das mesmices que as próprias encrusilhadas da vida nos apresentam. Mesclando idéias positivas, acabamos criando as nossas próprias regras de felicidade e ações positivas sem sermos cópias xerocadas de outros, incluindo dos nossos próprio pais.

Com o passar do tempo, com a passeata no tempo, eu tenho tentado mudar sempre para melhor, mesmo quando a balança acusa um pesinho a mais na minha argamassa e a barriga insiste em estufar como um balão tirando-me da estética sarada da moda do momento. É importante nos auto avaliar positivamente através das nossas negatividades. Sair do centro e nos colocar em nossas periferias. Saltar do palco e sentar na platéia. Só assim aprendemos observar outros angulos de dentro para fora e de fora para dentro de nós memos. Não é fácil, mas é possível! Haja mexidelas em nossos chips e parafusos. Pior quando as dobradiças do corpo começam a ranger. Haja Emplasto Sábia, Pomada Belladona, Extrato de Arnica, Losna, Pariparoba... (acabei de dar uma gargalhada). Aos 15 anos não pensamos em nada disto. Somos “Super-Pessoas”. Nada nos acontece! ? ! ?, pois assim acreditamos.

Li e aprendi lições muito interessantes na vida. Coisas que só lemos em parachoques de caminhões. Aqueles que passam levando saudades nas canções dos sertanejos

NO RANCHO FUNDO - Chitãozinho e Xororó


No rancho fundo. Bem prá lá do fim do mundo. Onde a dor e a saudade. Contam coisas da cidade . . . No rancho fundo. Bem pra lá do fim do mundo. Um moreno canta as mágoas. Tendo os olhos rasos d'água . . . Pobre moreno. Que de noite no sereno. Espera a lua no terreiro. Tendo um cigarro por companheiro. Sem um aceno. Ele pega na viola. E a lua por esmola. Vem pro quintal desse moreno! No rancho fundo. Bem prá lá do fim do mundo. Nunca mais houve alegria. Nem de noite, nem de dia. Os arvoredos. Já não contam mais segredos. Que a última palmeira. Já morreu na cordilheira. Os passarinhos. Internaram-se nos ninhos. De tão triste, essa tristeza. Cobre de treva a natureza. Tudo por que?. Só por causa do moreno. Que era grande, hoje é pequeno. Para uma casa de sapê.

Quantas saudades essa canção de Ary Barroso e Lamartine Babo nos trás e com ela depressões, tristezas, angústias e remorsos.

“Não tenho remorsos!’ – Forte não é? Mas contínuando as leituras das placas dos caminhões eu entendi alguns pedacinho da vida a mais para a minha construção pessoal. Olhem isto:

“Os velhos não se arrependem daquilo que fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer.
As únicas pessoas que tem medo da morte são aquelas que têm remorsos”


Confesso que fiquei emocionado e parei para refletir a minha própria vida.

Remorso? É algo que qualquer pessoa sente! Seja de que forma for! Nós sentimos remorsos e pronto!

Mas parei muito tempo na frente dessas frase e comecei a peneirar, garimpar os meus próprios remorsos e confesso, que eram raros e todos ainda com oportunidade de serem revertidos em “não remorso”. Como sou feliz, por ter tempo ainda de reverter os meus remorsos em coisas positivas. Li, reli e copiei em um caderninho que carrego na bolsa sempre. As anotações necessárias que a nossa mente sorrateiramente nos faz esquecer ou mistura os chips para nos confundir.

Naquele momento veio a minha mente o falecimento de minha mãe. Puta merda! Com mãe sempre temos remorso de alguma coisa, não é mesmo? A malcriação que fizemos! É o “merda, porra, puta que pariu, caralho e tantas outras palavras proferidas para ela!” É a língua ou a banana que demos nas costas dela... em fim cada um sabe muito bem da lista de seus remorsos.

Pois bem, o fato é simples. No dia do enterro de Vivi, eu não tinha remorso algum. Tinha uma profunda saudade bonita dela. Saudade essa que eu poderia monitora-la e assim continuando ama-la como sempre a amei. Foi uma transição difícil, mas entendi tempos depois e perante esse tal de “remorso” que; Vivi e eu, sempre brigavamos, nos chingavamos, nos arranhavamos, mas não nos odiavamos. Tudo era expontâneo e dito na lata. Toma lá e dá cá! Fascinante! Eramos criativos em nossas brigas. Sabiamos que não podiamos romper o laço, pois um necessitava do outro para contínuar a viver, até que a morte nos separasse de alguma forma no futuro e assim, contínuavamos a vida sem remorsos e energias ruíns concentradas.

Teria muitas outras coisas a contar de pessoas que influenciaram a minha vida muito, mas peguei o tradicional personagem mãe, pois esse é sempre o ser endeusado, proibitivo, vive em redomas de vidro (não mais nos dias de hoje). Os tempos mudaram e as regras também. Vivi e eu criavamos cerquinhas e tinhamos nossos limites pessoais. Foi assim que ela me treinou a ser um cidadão respeitoso e pleno.

Às vezes gargalho de mim mesmo como estou fazendo agora (gargalhei mais uma vez no dia, isto é ótimo). Pego- me repetindo frases que meus avós, minha mãe me falava na minha adolência. Repito a história com outros adolecentes, minha sobrinha, filhos de amigos... “Como nossos pais”. Tentando argumentar ou filosofar o certo e o errado. Como somos chatinhos! Como às vezes tolimos a liberdade das pessoas. Que virus é esse que trazemos na trejetória de nossas vidas? – Adquirimos lá na infância. Lá no núcleo familiar.

Tenho muitas ideais na vida, muitas coisas para fazer, desdes as mais simples tal qual varrer a minha casa, até as coisas que possívelmente no presente serão varadas na àgua, mas que de alguma forma contribuirão para um mundo melhor lá na frente. Nos proxímos anos, quiças proxímos séculos.

Nunca será tarde demais para mim ou para ninguém ser tudo aquilo que queremos e podemos provavelmente ser.

Ainda vou aprender a fazer tricó, carpintaria, escultura em mármore e tantos outros etcs que tenho em mente.

Creio que ainda tenha mais 50 anos. Isto me dará 100 anos! Dois séculos, creio que serão o suficiente para podermos fazer alguma coisa pelo mundo. Depois de um século vivido, quero só plantar tomates e batatas no meu quintal e no final do dia tomar um banho de mar e um caipirinha bem gelada. Por agora, é só o que eu quero com os meus 100 anos. Depois escrevo mais o que desejo..., mas agora é só isto!

Ah! Esqueci do mais importante!

Quero no final de cada tarde sentado proximo a mim a pessoa que amo, e os amigos que me restarem naquela época, saboreando a minha caipirinha, cajuada, maracujada... quiças ainda podendo morder um pedaço de rapadura.

Depois só o destino dirá e poderá contar a nossa própria história de vida!

Vavabrasil, Vaguinho, Timbó... todos sou eu

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