segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Cabaret Prevençåo Trailer em Youtube

Novo clip sobre o filme documentårio Cabaret Prevençåo 1995 - Dirigio por Vagner de Almeida e produzido pela ABIA.





CABARET PREVENÇÃO (1995)



Fruto da Oficina de Teatro Expressionista, desenvolvida pelo Projeto Homossexualidades, o vídeo registra o espetáculo que procurou levar para o palco, de maneira bem-humorada ao mesmo tempo que reflexiva, a realidade cotidiana homossexual e o impacto da epidemia da AIDS, através de textos escritos, encenados e produzidos pelos próprios participantes da Oficina.


Direção: Vagner de Almeida
Produção ABIA (1995)
Sistema VHS/NTSC e em DVD
Duração: 20 min

Leia o livro que deu origem ao filme (PDF)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Homofobia e Intolerância Brutal Humana!


Mais uma Vítima do Ódio e da Intolerância Humana
Para elas “Basta Um Dia”, não mais que um dia, um meio dia... dai para frente só mesmo com as proteções das forças do bem.

Gleice, uma menina, travesti que foi barbaramente assassinada na Via Dutra, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, na última semana de novembro de 2007. – Não foi a primeira e não será a última!

Gleice era meiga, simples e um dia me disse que queria ser professora, ensinar e aprender com as pessoas. Mas aparentemente o seu sonho se desfez em uma noite na beira da Via Dutra.

Gleice meses atrás nos relatou, quando estavamos filmando o documentário
“Basta Um Dia” que a violência no ponto de vista dela, havia aumentado muito e que os clientes e as pessoas que ali passavam estavam cada dia mais agressivas.

Gleice era querida e estimada pelas amigas de trabalho e uma delas relata que:

“ELA ERA UMA PESSOA SUPER TRANQUILA, SE ALGUM CLIENTE NÃO QUISESSE PAGAR O PROGRAMA, ELA DESCIA DO CARRO SEM ARRUMAR NENHUM PROBLEMA... ”

Nem vou perguntar aonde estão os grupos organizados que defedem os Direitos Humanos da comunidade GLBTTT. - Mas creio que é um momento

Como diz um dos protagonistas do documentário “Basta Um Dia” “Só dão atenção quando é no atacado os assassinatos da Baixada Fluminense, pois quando essas meninas são assassinadas no varejo a sociedade a mídia não dá nenhuma atenção”

“Basta Um Dia” nos organizarmos e saltarmos de nossas passarelas das vaidades para que consigamos reverter essa situação.

Gleice deixamos aqui registrado a nossa, dor, revolta e saudades, pois humano como você o mundo está necessitando neste planeta.

Infelizmente é só o que podemos fazer neste momento, aonde a banalização da violência é uma das coisas que mais nos impressiona nos dias de hoje!

Equipe do filme documentário
“Basta Um Dia”

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Homofobia Impune e o Descaso da Impunidade



Publicada em: 16/05/2007 às 15:05Entrevista CLAM por Washington Castilhos



Homofobia impune

No início do ano, pichações com ameaças homofóbicas, atribuídas a um grupo intitulado "Farmeganistão", atingiram muros da rua Farme de Amoedo, principal trecho de freqüência GLBT da cidade do Rio de Janeiro. A rua é localizada no bairro de Ipanema, na zona sul da cidade, lugar geralmente freqüentado por pessoas de alto poder aquisitivo. Em fevereiro, o Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual, temendo ações da gangue durante o Carnaval, organizou um ato público e o policiamento no local foi reforçado. No extremo oposto da cidade, a Baixada Fluminense aglomera 14 municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, sendo também palco de crimes de violência contra homossexuais, especialmente contra as travestis que realizam trabalho sexual nas rodovias. Diferentemente de Ipanema, as agressões na Baixada Fluminense acontecem quase todos os dias. Acostumado a retratar em seus documentários o cotidiano de gays, lésbicas e transgêneros da região, o cineasta Vagner Almeida não vê diferença entre um crime de ódio ocorrido em áreas socialmente privilegiadas ou nos cinturões de pobreza. Para ele, a diferença está na “impunidade” desses crimes.
“Entre a Baixada e Ipanema, as diferenças se relacionam ao modo como as autoridades e pessoas que se interessam por estes casos resolvem ou lutam para que esses crimes tenham um encaminhamento correto, e que os assassinos e agressores sejam devidamente punidos. Na zona sul da cidade do Rio de Janeiro eles são solucionados rapidamente. Os homofóbicos de Ipanema conseguem mobilizar o poder público, grupos GLBT, a sociedade e a mídia, enquanto na Baixada Fluminense esses mesmos crimes ficam sem solução. Há um descaso das autoridades e até mesmo de grupos que lutam pelos direitos humanos”, sublinha Vagner de Almeida.

Seu último documentário, “Basta um dia”, conta a história de atores sociais que vivenciam ou testemunham chacinas, assassinatos e brutalidades, retratando a situação de exclusão e abandono dessas pessoas pelo poder público e outras instâncias da sociedade. “Além de denunciar a banalidade e impunidade que caracterizam os crimes de ódio contra gays e travestis, buscamos também aumentar o coro de vozes e resistências de todos aqueles que lutam pela cidadania plena e pela afirmação da vida como um valor supremo e universal”, afirma Vagner nesta entrevista.

Vagner Almeida é coordenador de projetos da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA) – seus filmes fazem parte do projeto “Homossexualidade” desta instituição – e membro do Centro de Gênero, Sexualidade e Saúde da Universidade de Columbia, em Nova York.
Como cineasta o sr. volta seu olhar para a Baixada Fluminense. Por que este cenário?

Como trabalho com diversidades, principalmente sexual, acabei encontrando um lugar para poder entender sexualidade, gênero e saúde dentro de um cinturão também de pobreza, violência e doença. Quando iniciamos o Projeto Homossexualidade na ABIA, em 1993, fizemos um imenso apanhado do Grande Rio, analisamos todos os pontos que atuávamos e acabamos percebendo que a Baixada era potencialmente um lugar de intensa pesquisa.

"Basta um dia", seu último filme produzido na região, trata de crimes de ódio contra homossexuais. Quem são as maiores vítimas desses crimes?

Os jovens gays e as travestis são grupos de intensa vulnerabilidade para esses grupos de extermínio. São chamadas de presas fáceis. Dezenas de jovens na pesquisa que antecedeu às filmagens relatam o que acontece com eles e elas todos os dias e noites quando estão atuando como “trabalhadores sexuais” na Via Dutra. Relatam e mostram as marcas da violência, cicatrizes e estilhaços de balas em seus corpos, e a eterna incerteza do amanhã. Foi depois desses fatos todos que decidi dar ao filme o título de “Basta um dia”. É assim que esses atores sociais da região relatam as suas vidas. Acreditam que podem sair de suas casas e não retornarem mais.

O que propicia a impunidade deste tipo de ação naquela região?

Poderíamos começar a pensar na falta de autoridade, de policiamento ostensivo, de políticos com interesse no social, de saúde pública mais presente, de trabalho e de educação para todos os jovens gays, de escolas profissionalizantes e de educadores preparados para conviverem com a diferença.

Recentemente, diversos casos de agressões a gays têm sido registrados num tradicional ponto de sociabilidade GLBT, na rua Farme de Amoedo, em Ipanema, lugar geralmente freqüentado por pessoas de classes altas. Isso revela que a violência homofóbica não está restrita a áreas urbanas mais "esquecidas", como a Baixada Fluminense? Que diferenças o sr. identifica entre os dois casos?

Crimes são iguais em qualquer lugar. Não há diferença entre um crime de ódio ocorrido em áreas socialmente privilegiadas ou nos cinturões de pobrezas. A diferença está na impunidade, no modo como as autoridades e pessoas que se interessam por esses crimes lutam por um encaminhamento correto, no sentido de que os assassinos e agressores sejam devidamente punidos. Na zona sul do Rio de Janeiro esses crimes são solucionados rapidamente. Os homofóbicos de Ipanema conseguem mobilizar o poder público, grupos GLBT, a sociedade e a mídia. Na Baixada, esses mesmos crimes ficam sem solução. Há um descaso das autoridades e até mesmo de grupos que lutam pelos direitos humanos. Há um descaso, sim, de toda a sociedade.

Em Ipanema, os agressores são identificados como pitboys, jovens de famílias de classe média moradores da região. Quem são os agressores da Baixada?

De acordo com os relatos dos atores sociais que tenho entrevistado, os agressores são franco atiradores, clientes homofóbicos e religiosos que incitam a população contra a comunidade GLBT. São pessoas que impõem o toque de recolher, não permitindo que homossexuais transitem livremente nas áreas dominadas por eles. Apedrejam ou queimam os corpos das vítimas. Em áreas elitizadas, resolver o mesmo tipo de violência dá visibilidade e faz com que se adqüira prestígio aos olhos públicos. Mas não se resolve o caso do outro lado da cidade. Na Baixada, não há a “elite gay cor de rosa”, são raros os políticos que mostram interesse nos casos, apesar de terem um eleitorado de milhares de pessoas votando neles. A própria mídia retrata os fatos que ocorrem na zona sul, mas raramente vê-se estampada nas capas dos periódicos mais intelectualizados a violência que arrasa a Baixada diariamente. A não ser nos jornais sensacionalistas, que estampam suas manchetes com fragmentos de frases como “UMA QUASE MULHER MORTA NA DUTRA”. Tratava-se de uma jovem travesti que foi barbaramente assassinada na hora de seu trabalho à beira dessa rodovia. Todos os dias isto ocorre lá e não há nenhuma mobilização. Temos sim uma faixa separando uma elite gay dos homossexuais que vivem nos cinturões de pobreza da Baixada Fluminense. É a nossa realidade, porém lamentável.
Porém, não existem diferenças entre os crimes. A mesma bala que fere mortalmente a travesti ou o gay na Baixada, pode ser a mesma que matou um gay na zona sul, Nova Iorque, Paris ou Barcelona. Crimes são crimes, mas a forma de penalização no Brasil é que nos parece completamente diferente quando se trata de áreas socialmente privilegiadas ou nos cinturões de pobreza do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Amar é fundamental para Alma e o Sexo


E assim passaram-se 50 anos de minha vida!

Cheguei aos meus 50 anos e tenho muito oque agradecer a Deus, as forças do bem e aos amigo...
Contando os dias e as horas, abrindo janelinhas da minha existência passada, presente e algumas que vou abri-las no futuro, revisito tantas emoções positivas que tenho experimentado em todo essa caminhada. Neste percurso pelos caminhos da vida me deparo com um dos maiores sentimentos do mundo, o “AMOR”. Etâ saudade boa a do AMOR, de AMAR, de ser
AMADO.

Fazendo essa peregrinação, deixo para trás os “DESAMORES”, os momentos que me fizeram sofres por “AMOR” – Que delícia sofrer por AMOR. – Adorei sofrer quando loucamente AMAVA as pessoas erradas e saia cantando as musicas de Maria Bethânia, Gal, Nora Ney, Angela Maria, Dalva de Oliveira, Martinha, Roberto Carlos, Nelson Nedes, Agnaldo Timotio, Vanusa, Jerry Adriano, Agnaldo Rayol, Rita Lee, Os Mutantes, Wanderley (Wandeca) “Por favor, pare agora. Sr Juiz... Pare agora...” The Feveres, Claudete Soares, Evinha, Nara Leão, Chico, Maria Cleuza, Vinícius de Morais, Odair José, Raul Seixas e tantos outros que embalaram as minhas sonatas Amorosas.

Porém uma canção é muito espécil, ficou marcada “a ferro e fogo em carne viva”, foi Maria Bethânia cantando “Tantos homens e mulheres me amaram bem mais e melhor que você” – Isto faz parte da minha história de 50 anos de “AMOR”.


Olhos nos Olhos
Maria Bethânia
Composição: Chico Buarque
Quando voce me deixou, meu bem / Me disse pra ser feliz e passar bem / Quis morrer de ciúme / Quase enlouqueci
Mas depois como era de costume, obedeci / Quando voce me quiser rever / Já vai me encontrar refeita, pode crer / Olhos nos olhos / Quero ver o que voce faz / Ao sentir que sem voce eu passo bem demais / E que venho até remoçando / Me pego cantando sem mais nem porque / E tantas águas rolaram /
Tantos homens me amaram bem mais e melhor que voce / Quando talvez precisar me mim / Voce sabe que a casa é sempre sua, venha sim / Olhos nos olhos / Quero ver o que voce diz / Quero ver como suporta me ver tão feliz.


Raramente acreditamos que podemos superar os nossos medos. Às vezes não conseguimos mesmo. Os medos nos consomem de tal forma, que deixamos de obedecer a coragem e nos entregamos ao medo. O AMOR no fortalece e nos amedronta aos mesmo tempo.

Em criança AMEI, não sabia o que era AMOR, mas AMAVA as pessoas adultas. Não me perguntem quem eu AMEI, pois não poderei revelar, são segredos gostosos que devemos nos poupar em dizer ou eles perdem o fascínio dos chamados AMORES SECRETOS de uma era que se foi. Mas pode retornar a cada esquina da vida. Basta a sorte nos ofertar com o AMOR.

Como criança já crescidinha contínuava a intensificar os meus amores proíbidos, agora já conseguia distinguir o certo do errado. Errado no ponto de vista religioso, moralista, ofensivo e perigosos. Mas isto me excitava muito e me permitia a “Pecar” e cada vez mais que PECAVA, eu AMAVA, criava fantásias em uma mente ainda desestruturada do conhecimento da vida. Amava PECAR, era um PECADOR nato desde cedo.

Qto adolecente, Oh! Deus do Céu! Era muito AMADO e AMAVA às vezes por horas, dias ou meses. Alguns AMORES pacatos, outros saudaveis e a mioria deliciosamente nocivos, perigosos, escandalosos, fugazes, proíbidos (idades e gêneros), sujos, demoníacos e todos eram para mim os “AMORES” de minha vida. Chegava a creditar que o mundo ia estacionar ali e eu contínuaria “AMANDO” para sempre aquela pessoa. Mas de repente eu despertava da ilusão, abria outra vez a porta do meu coração e já estava ali na frente, na esquina da vida me pegando com os novos, digo novos “AMORES”. – Como falei, alguns duravam só algumas horas. Como era bom ser AMADO e AMAR só por algumas horas, fazer sexo e viver aquele momento. Confundido com um bom sexo e horas de prazer, dava a mim o sentido de
AMOR.

Poucos foram que tiveram o prazer e a sorte de AMAR e ser AMADO por algumas horas. Eu AMEI e fui AMADO! Dei-me a permissão desse proíbido, pois no dito popular só quem vende sexo AMA por hora. – Felizes os que puderam AMAR por horas e ainda sairem feliz com a sua renda familiar garantida. APLAUSOS todas as pessoas que venderam o seu SEXO e AMARAM ao memso tempo.

Assim passei toda a minha adolecência, AMANDO tudo que passava pela minha frente. – tenham em mente que todas as pessoas que AMEI eu tive sexo com elas. Sexo leve, Sexo médio, Sexo pesado. Não se pode só AMAR sem ter o contato da carne. Faz parte do Show, faz parte da vida.

Creio e endosso que o SEXO é o feitiço do AMOR, mas sendo moderado, apimentado e colorizado, acaba sendo uma linda e eterna (caso possamos falar essa palavra) história verdadeira de AMOR.

Passei nas minhas entre safras a mistura do AMOR e SEXO, sem saber o que era mais gostoso. Só mais tarde é que descobri que o AMOR é mais gostoso do que o SEXO. – Isto sem desfazer ou abandonar as maravilhas que o SEXO faz no seu corpo, mente, alma e pele. O humor muda, o guarda-roupa é revirado, as fantásias afloram e as infinitas possibilidades surgem em nossas mentes adoravelmente pervertidas.

Vaculho todas as minha caixinhas da vida e vou abrindo uma a uma. Não me canso nunca de redescobri-las durante esse percurso dos meus 50 anos.

Agora já posso falar que o tenho e dele consegui sobreviver tantas coisas, adicionado coisas e subtraído outras.

Uma das partes mais importantes na minha vida foi descobrir a pessoa certa, em um momento certo, em um dia certo e com ela dediquei e estão sendo dedicados 24 anos de minha existência. São 24 anos de AMOR, SABEDORIA, PARCERIA e muita CONTRUÇÃO. Há quem diga que o AMOR não existe e muito menos a pessoa cereta na hora certa, no lugar certo. – Eu diria que nas encruzilhadas da vida há sempre duas linhas se encontrado em algum lugar do universo e elas podem ficar coladinhas para sempre. Basta termos a coragem de perceber e querer se atar a uma outra linha. Um nó sem ser cego, um laço que posso significar um presente de aniversário todos os dias.

Há a possibilidade do Sexo acabar, basta as pessoas deixarem de execitar seus tesões com os seus parceiros ou parceiras. A argamassa enrruga como um maracujá saboroso e docinho com a casca marcada pelo tempo. Mas ele é doce e saboroso e isto é que importa, além de lhe acalmar. Isto é uma parceria que transcede tudo na vida e só sobrevive com o AMOR.

Quero passar mais 50 anos AMANDO, sendo AMADO e vivendo as novas experiências que o AMOR nos oferece todos os dias.

Às vezes observo o AMOR sendo enganado, esmagado, atormentado por OBSESSÃO, VAIDADE PEQUENA, PASSARELA de AUTO-CENTRISMO e observo e digo para mim mesmo.
“Mais uma lição de vida aprendida. Não quero esse AMOR VACILO”.

Verei na minha trajetória muito amigos e conhecidos abandonando o AMOR e sendo abandonados pelo AMOR. Tolos os que abandonam o AMOR e triste os que são abandonados pelo
AMOR.

Faço dos meus 50 anos uma caminhada no meu interior esó tenho é que agradecermuito a Deus e as forças do bem, pelo AMOR que a mim foi concedido.

Amar é!

Tantas coisas! Infinitas coisas!
E acima de tudo saber reconhece-lo e àgua-lo todos os dias com o coração e alma em conjuto. Como plantas e flores o AMOR necessita ser humidecido todos os dias ou o solo seca, as folhas caiem, as raizes endurecem e a graça definha.

Dedico os meus 50 anos de vida e destes os 24 vividos ao lado do meu parceiro, amigo, irmão e
gurú.

Não deixe a vida passar sem AMAR! Terá perdido umas melhores coisas da vida.

Meio século de vida se expressando!

Vavabrasil

sexta-feira, 25 de maio de 2007

The Butterflies / BORBOLETAS DA VIDA

O trailer de Borboletas da Vida está disponível no Google videos.


BORBOLETAS DA VIDA (2004)


O filme "Borboletas da Vida" desvenda a realidade dos jovens homossexuais que vivem na periferia das grandes cidades, sofrendo os efeitos da pobreza e da miséria, sem perder sua dignidade, sua criatividade... Homossexuais, transformistas, borboletas da vida real brasileira... eles/elas "carregam, a mulher na bolsa", experimentam com as possibilidades e os limites do gênero e da sexualidade, e enfrentam a discriminação com força, coragem, e determinação... Lutam pelo direito de ser diferente e exigem, de diversas maneiras, que a sua diferença seja respeitada. Neste filme temos a "brava gente" que a televisão brasileira não nos mostra!


Direção: Vagner de Almeida
Produção ABIA (2004)
Sistema VHS/NTSC e em DVD
Duração: 38 min

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Homofobia contra o PLC122/2006


HOMOFOBIA INTERNALIZADA E PERIGOSA!

QUANDO A HISTÓRIA SE REPETE – REVER TEMPOS NAZISTAS E COMO TUDO COMEÇOU NAQUELA ÉPOCA.

ESQUECER A HISTÓRIA É PERMITIR QUE ELA SE REPITA!

RESPOSTA AS DECLARAÇÕES DE RJ SOBRE O PLC122/2006


Rozangela Justino, venho por meio deste texto demonstrar o meu ponto de vista sobre os seus escritos.
Confesso que sei que você é uma pessoa inteligente, sem dúvida alguma, pois como escreve, incita, repete os nichos em seus escritos, demonstra a sua capacidade de tentar covencer as pessoas com os seus pontos de vista.
Gostaria de me apresentar, pois acreditando em “Democracia Plena”, venho não me manifestar contra, mas repensar e desconstruir a maioria dos seus argumtos contra o movimento GLBTTT e o PLC 122/2006.


Sou Vagner de Almeida, diretor de filmes documentários sociais, ativista desde os meus 12 anos de idade, voluntário em dezenas de causas que acredito, cristão e “homossexual”. Tenho uma parceria de 24 anos e extremamente estável, até aonde Deus, o Deus que eu creio que exista, justo e não julgador, possa me conceder essa dádiva de ter alguém na minha vida que me respeita e é respeitado, que me ama e é amado. Sou um homem que ama um outro homem por 24 anos, sem nunca termos rompido o nosso relacionamento por um dia.
Essa é a minha pequena e honesta introdução neste assunto, que você insiste em descontruir a sua maneira.
Não estou aqui para criar uma polêmica sobre o seu ponto de vista, o qual eu não endosso, mas para lhe convidar para o meu novo filme documentário, que estou fazendo sobre esse assunto e você seria uma protagonista maravilhosa para o filme, pois haverá outras pessoas opondo os seus argumentos.
Caso queira conhecer-me melhor e os meus trabalhos, visite o meu site:
www.vagnerdealmeida.com

"E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". (Rom. 12:2) “(fonte retirada do seu texto)


Gostei muita dessa passagem da Bíblia, aqual foi citada por você. (grifo você). Porém creio que não estejamos falando do mesmo ser supremo que eu acredito e que você acredita. Pois esse Deus que tanto você cita neste emaranhado de palavras do seu texto, não é o mesmo Deus que me rege todos os dias com a sua força surprema e com a sua soberana dignidade de amar-me com um ser criado por ele.
O Deus, que eu confesso acreditar ele não me julga como seu Deus. Interessante estar falando em diferentes Deuses, quando na verdade os escritos da Bíblia Sagrada são os mesmos. Mas o que diferencia os nossos Deuses na Bíblia Sagrada sào as formas de como os interpretamos, como os nossos pontos de vistas são visualizados de maneira completamente diferentes.
“Deus e Jesus Cristo, não me julgam por ser homossexual, pois as dádivas que recebo deles, só me afirmam as suas soberanas bondades e solidariedades”

por estar escrito na Bíblia que a homossexualidade é um pecado que pode ser abandonado. (fonte retirada do seu texto)

Creio que o conceito de “Pecado” pode ser interpretado de formas infinitas. Como uma pessoas sensata que sou, creio que os seus escrito possuem muitas interpretações de como você está “Pecando”, quando em trechos, os quais você repete constantemente em suas linhas. Eu poderia interpreta-los como sendo um “Pecado cometido por você contra o seu proxímo” – Mas como não quero lhe julgar, então não os classificarei de “Pecado”, mas sim de uma forma de se expressa em uma democracia plena.
Confesso que nunca pensei em abandonar a minha homossexualidade jamais e nem por isso deixei de ser amado por Deus. Sou muito confortável com ela e luto para que outras pessoas possam conviver com a sua homossexualidade confortávelmente como eu vivo. Apesar da sociedade ser uma grande algoz em se tratando de livre expressào dos homossexuais. Fato confirmado pelos seus escritos.

Para os geneticistas não existe um "ser homossexual". Existe o ser humano: homem e mulher. O "ser homossexual" não existe, não existe uma NATUREZA homossexual. (fonte retirada do seu texto)

Creio que seja um outro equivoco de quem pensa assim!
Eu existo como homossexual e acredito nisto! Apesar de tantas nomeclaturas serem necessárias para nos definir. Como lhe disse sou um homem que amo outro homem.
O que interpreto como Natureza é o meu lado bom, minhas virtudes, meus valores positivos de um ser humano repleto de coisas boas. Essa é a minha Natureza de um cidadào solidário e cumpridor dos meus deveres.

A HOMOSSEXUALIDADE É UM ESTADO, NÃO UM SER DE FATO. NÃO EXISTE UM TERCEIRO SEXO – isto é uma invenção! (fonte retirada do seu texto)

Acho interessante que eu sou um ESTADO e não um ser de fato. Porém descontruo isto e me relocalizo como:
“Sou um ser de fato em um Estado de graça”
Também creio que não haja um terceiro sexo, pois até isto poderia ser interpretado como alguém com várias genitálias. Não podemos discartar essa hipotêse. Não é mesmo?


Como se pode garantir direitos de um "estado" passível de mudança e de um "ser" que não existe? (fonte retirada do seu texto)

Rozangela está frase é uma mistureba danada.
Eu existo! Pago impostos, pedágios, dízimos, planos de saúde, sou assaltado na cidade violenta, torço os meus pés em calçadas esburacadas... em fim é furado dizer que eu não existo por ser homossexual. Como cidadão pleno, faço constar em ATA que eu existo
!

Escritura Sagrada, porque "o soberano" PLC 122/2006 a considera homofóbica, por estar escrito na Bíblia que a homossexualidade é um pecado que pode ser abandonado. (fonte retirada do seu texto)

Eu não creio que o uso constante das palavras bíblicas necessitam ser proferidas em vão constantemente. Você usa muito a Bíblia como argumento em um mundo que não parece passar na sua frente.
Você não menciona nunca nos seus textos os “Profanadores, falsos profetas que usam Bíblia Chamada Sacrada para roubarem e fornicarem ”. Todo peso deve ter duas médidas, não é?
Você como um mulher exclarecida deve acompanhar os escandalos das igrejas, sejam elas em que religiões ou seitas que sejam. Todos usam o nome de Deus para os seu propósitos. Aterrorizam o mundo em nome de Deus.
Eu não sou pecador, pois não tiro o dízimo de quem tem menos do que eu ew nem de quem tem mais.
Eu não quero deixar de ser o que eu sou! Mas aceito que cada um siga as suas próprias vontades.
Quer ser gay seja, quer transitar na homossexualidade transite, quer deixar de fazer sexo, deixe, quer ser um outro ser, seja... mas não incita as pessoas ficarem contras o que você chama de minoria em seus textos.
Não entendo o por que de você ser tão incomodada com a homossexualidade. Você como cristã que diz ser, não deveria “JULGAR” as pessoas. A sua suposta heterossualidade não me incomoda, mas os seus escrito sim.


Dr. Zenóbio Fonseca, em suas últimas reflexões, revelou que este PLC faz parecer que a maioria do povo brasileiro está cometendo forte violência contra uma minoria, o que não é verdade. Não é a maioria do povo brasileiro que comete violência contra os que vivenciam a homossexualidade, mas uma minoria. (fonte retirada do seu texto)


Discordo com você completamente e nem gosto de escrever isto. Mas você está equivocada e todos que em seus confortáveis escritórios fazem o mesmo com as suas reflexões, estão equivocados também.
Basta trabalhar aonde eu trabalho e você entenderá e ficará pasma com a violência contra os homossexuais. A forma brutal como são espancados, mortos, violentados, esfacelados, enterrados, abandonados no IML, discriminados pela pessoas que pensam assim como você. Essas pessoas sofrem todas as pervesidades possíveis que você possa imaginar.
Veja os meus dois últimos filmes “Borboletas da Vida’ e “Basta Um dia” e entenderá o estou lhe dizendo. Creio que terá uma outra reflexão, até então ainda não tida.


TODAS AS PESSOAS QUE VIVENCIAM A HOMOSSEXUALIDADE ESTÃO INTERESSADAS NESTE PLC? (fonte retirada do seu texto)


Deveriam estar! Mas em uma verdadeira democracia as pessoas devem agir e pensar por conta própria e não através de texto panfletários, homofóbicos e moralistas.
O moralista é sempre uma pessoa perversa. Sempre tem que esconder um lado escuro. Essas pessoas na maioria das vezes se dizem cristãs, acreditam nos Deuses deles e matam, roubam e flagelam as pessoas indefesas. Enganam os humildes e fornicam nas caldas das noites.


Acredito que nem mesmo todas as que estão na condição de ativistas têm clareza de que estão sendo usadas por este movimento desconstrutor. (fonte retirada do seu texto)


Eu sou ativista desde os meus 12 anos e nào me sinto usado. Pelo contrário creio que seja um presente da mão de Deus e de todas as forças do bem. O que não posso é ficar parado sem fazer nada perante tanta impunidade social e epirítual que passam pela frente da minha pessoa. A minha passividade seria vista aos olhos de Deus como covardia. Sou um guerreiro ativista e lutarei sempre em prol dos meus ideais, coisas que eu acredito que possam ser mudadas para melhor.
O ser humano nasceu para brilhar sendo homossexual ou não.


É importante observarmos que nem todos os que 'estão" homossexuais apoiam o ativismo gay, chegando a criticá-lo, como o Deputado Federal Clodovil. fonte retirada do seu texto)


Rozangela você é um mulher inteligente e nem sei como você pode citar esse cidadào em seus escritos.
Esse senhor, deveria era colocar o rabo entre as pernas, cruzar as pernas e ver a banda passar calado, pois só quem tem telhado de vidro e que loucamente joga pedras no telhado alheio.
Esse senhor é tão tolo! Tão vázio! Tão triste! Sem talento e para mim como cidadào que pago impostos no meu país, uma vergonha...
Os comentários desse senhor é um atraso para quaquer democracia ou país que tem vergonha na cara. Mas o assunto aqui não são as tolices desse senhor, apesar de serem lamentáveis as suas atitudes na mídia.


Quem vai querer estar perto de uma pessoa que pareça vivenciar a homossexualidade se ela poderá mandar o que estiver mais próximo para o cárcere privado, por ser um suposto "homofóbico"? E se este amigo for um funcionário público poderá, inclusive, perder o seu emprego – quem vai querer ter um amigo na condição homossexual? fonte retirada do seu texto)

Caso o algoz sejam funcionários públicos, professor, pais, cléricos, etc e homófobicos deverão sim pagar por isso. Tal qual um homossexual entrar no supermercado e roubar uma lata de massa de tomate, deverá ser penalizado também.
A homofobia não têm palavras ou parecer que deva deixa-la impune, como qualquer outro crime contra a humanidade. Mirando-se no holocausto, se não lutarmos agora pelos direitos dos homossexuais, em breve estaremos todos retidos em um ‘Campo de Concentração’, pois os nazistas e a gestápo já estão de vigilantes, nas esquinas, no templos e na mídia.


Você como cristã, acha que Deus aprova os homofóbicos, nazistas, moralistas, gestápos, agressores dos homossexuais, negros, nordestinos, mulheres mães lésbicas e tantos outros atores sociais homossexuais?


Rozangela esse seu argumento é muito furado. Os homofobicos necessitam exercitar a lei da boa vizinhança. Conviver com a diversidade, criar um ambiente saudável e feliz para eles e para o mundo.
Você sabia que a maioria das agressões físicas, verbais e psicológicas partem dessas pessoas? – Pois é Rozangela, seja quem for homofóbico necessita sim ser penalizado. – Só assim haverá a possibilidade de construirmos um mundo melhor, esse mesmo mundo melhor que você tanto repete em seus escritos, porém de forma errada, pois incita as pessoas a ódiarem os homossexuais. A não aceitação é uma forma de repudio odioso. Pensa nisto como cristã que é!
Eu como um homossexual se destratar um outro homossexual ou quem quer que seja, por lei necessito ser penalizado sim. Isto é a verdade “Justiça”.


Até mesmo os pais ou responsáveis por pessoas que vivenciam a homossexualidade, se não "aceitarem" a homossexualidade dos seus filhos sofreriam tais penas. Pais não vão mais poder educar os seus filhos, segundo os seus conceitos e valores? Pais que não educam, amam os seus filhos? (fonte retirada do seu texto)


Mais um vez você está equivocada! Você faz uma mistureba na sua cabeça. Desalinha os seus pensamentos com um excesso de moralismo e você é uma pessoa inteligente.
Pois os verdadeiros pais, responsáveis, educadores que amam seus filhos, amarão da maneira que eles desejam ser ou são. Pais que colocam os filhos para fora de casa por eles serem homossexuais, eles sim deveriam ser penalizados. Ao colocar uma criança, ou um adolecente para fora de casa ou trata-lo indignamente é uma ato não cristão. Os verdadeiros pais amarão sim os filhos sendo ou não homossexuais. Essa sua teoria é furada e deveria ser repensada.
Já viu a estatística de jovens que são violentados dentro de casa e colocados na rua? – Perdem as suas identidades e se transformam pela mãe sociedade em cidadãos que você encontra todos os dias nas esquinas do Brasil. Muitas dessas crianças, caso fossem aceitas no recito do lar, pelos seus pais, não teriam o fim que tem.


Isto não contribuiria para desenvolver conduta dissocial nas crianças e adolescentes? Não colocaria os adolescentes mais cedo na cadeia? Não seria uma forma de submetê-los à violência social, colocando-os como alvos de investidas de grupos violentos, podendo levá-los à morte? (fonte retirada do seu texto)


Creio que você no seu texto rodou em um círculo redondo o tempo todo. “Rodou x Círculo redondo” – pois é por causa da homofobia é que essas crianças estão a mercê das ruas, do tráfico de drogas, da exploração sexual e tantas outras mazelas perversas da pátria mãe géntil.


A principal argumentação para a aprovação deste PLC é o de que os homossexuais são uma "MINORIA VIOLENTADA E INDEFESA". (fonte retirada do seu texto)


Fato comprovado e verdadeiro. Sós os cegos e moralistas não querem ou podem se permitir ver isto.
É uma minoria (imensa) violentada e indefesa sim!
Quer um bom exemplo, vá na periferia dos grandes centros e verá o número de jovens, adultos e idosos homossexuais sendo julgados, violentados o tempo todo.


Não podemos desconsiderar o fato de que o ser humano, de uma forma geral, sofre discriminações e violências diversas, inclusive os que vivenciam a homossexualidade, mas não podemos tratá-los como pobres vítimas sociais a serem protegidos por leis especiais! Muitas pessoas que vivenciam a homossexualidade não querem ser vistas desta forma. (fonte retirada do seu texto)


Concordo finalmente com você neste seu argumento, retirando a parte (vivenciam a homossexualidade)...
Eu quero e o que a comunidade quer é igualdade.
As leis não necessitam serem diferentes, mas temos que ter o mesmo direito de justiça social, pois não a temos. E vamos lutar até a morte por eles. Voc6es querendo ou não.
Pago imposto de renda separado do meu parceiro. Você acha isto justo? – Como cristã verá que há uma injustiça nisto, pois casais hetêros pagam IR juntos.
As pessoas não querem ser vistas de formas diferentes e por isso eu lhe convido a revisitar os seus textos e seus pontos de vista e reveja o PLC 122/2006 e a homossexualidade com outros olhos.


Minoria indefesa é a criança em situação de risco social, sujeita a todo tipo de abuso e exploração sexual, incluída nos pacotes turísticos, apoiados por organizações que promovem a liberação sexual. / Indefesos são os fetos que estão sendo abortados e leis que estão sendo ditadas para que mães abortem para que seus órgãos sejam vendidos de forma a alimentar a indústria de órgãos e placentas. / Indefeso é o nosso povo que não tem saneamento básico, educação adequada, hospitais públicos que atendam decentemente a nossa população. / Indefesos são os analfabetos que recebem míseros reais em troca de voto para que os mesmos políticos que foram colocados no poder apóiem o movimento desconstrutivista-'queer' . fonte retirada do seu texto)


Aqui você misturou tudo! Por isso o seu texto ficou longo e se perdeu no meio do caminho. Tudo que você cita é verdadeiro, mas é observado que você foi buscar argumentos para encher a linguiça do seu ponto de vista moralista e homofóbico sobre a homossexualidade. Retorno aos seus argumentos abaixo, pois achei interessante revisitar esse outro trecho seu sobre os indefesos.


Indefesos ficarão os que vivenciam a homossexualidade que numa revisão de vida não poderão contar com psicólogos e nem com ministérios de apoio, muito menos com conselheiros espirituais para lhes apoiarem nas mudanças que desejarem efetuar em suas vidas. (fonte retirada do seu texto)


As pessoas indefesas estão à mercê desse tipo de texto que você escreve. Você tem uma visão micro, quando na verdade o mundo é macro. Caso um profissional não queira ou possa tender uma pessoas “indefesa, indecisa”, haverá outros profisisonais que os atenderão. Outras comunidades solidárias e religioas que os acolherão. Um bom profissional e um recanto religioso ou espiritualizado estarão semprer prontos e de portas abertas para todos serem ouvidos, servidos e encaminhados para as direções que desejarem seguir.


COMO UMA "MINORIA INDEFESA" PODE CONSEGUIR TANTA VERBA DO PODER PÚBLICO E DO EXTERIOR PARA PROMOVER AS SUAS POLÍTICAS PÚBLICAS? (fonte retirada do seu texto)


Vou lhe ensinar como se consegue as coisa:
Acreditando em mudanças para melhor e mais uma vez você está equivocada com o montante que você menciona que as minorias recebem para as suas lutas. – caso essa mesma minoria que você se refere fosse bem tratada com dignidade, não necessitaria de ir em busca de reforço no exterior e do poder público.
Os homossexuais pagam impostos tal qual qualquer hetêrossexual e por isso tem o poder também de abdicar por fundos públicos. Ou não estariamos falando em igualdade. A imparcialidade desse seu argumento, me parece que você acredita que todos os homossexuais não contribuiem com nada nos cofres públicos. Pois bem, eu pago IR e os imposto de cada pão e leite que compro na padaria.
Deu para enteder que os homossexuais têm dirteito sim de fundos públicos, tal qual qualquer outro movimento social no Brasil?


ESTE PLC 122/2006 é uma aberração inconstitucional! NÃO PODEMOS PERMITIR A DESTRUIÇÃO DOS PRINCÍPIOS MORAIS DE NOSSO POVO. (fonte retirada do seu texto)


Sou brasileiro, meus amigos também são e a minha família que me ama também é, então não acho que estamos destruindo os princípios morais de nossa nação.
Dizem, exaltam que Deus é Brasileiro, então ele também não vê da mesma maneira que você observa essas mudanças com ângulos micros.
A vergonha de nosso país está nos rombos dos cofres públicos. Coloque a sua energia positiva nesta causa e deixe PLC 122/2006 em paz.


POR QUE EXISTEM TANTAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS FINANCIANDO ONGS BRASILEIRAS PARA TRABALHAREM PARA A DESCONSTRUÇÃO SOCIAL DO BRASIL? / UMA HIPÓTESE É QUE AS PRÓPRIAS ONGS E O POVO BRASILEIRO ESTÃO SENDO ENGANADO S via instituições feministas, pró-homossexualismo e liberais sexuais brasileiras, que parecem corrompidas pelo financiamento de projetos para cumprir os intentos das grandes organizações internacionais. (fonte retirada do seu texto)


Acho demasiadamente leviano de sua parte referir-se a muitas ONGs do Brasil como foi citado nestas suas linhas como entidades negativas, corrompidas, manipuladas. Históricamente muitas mudanças sociais em nossa nação foram e estão sendo feitas via essas ONGs. Creio Rozangela, que as suas energias deveriam ser mais direcionadas até mesmo para observar as ONGs AIDS, Populaçào de Ruas, Crianças e Adolecentes sendo retirados do trafico de drogas e sexo, por intermédio dessas instituições e tantas outras instituições.
Você tem alguém que você ama com AIDS ou que tenha morrido por motivo do virus da AIDS? – Pois é, foram as lutas da ONGs que trouxe ao Brasil a solidariedade para todas as pessoas convivendo como HIV/AIDS e morrendo também. Trouxeram medicamentos e contínuam na luta diária em defesa de todos sem excessão. Centenas delas nem são religiosas, mas práticam o amor como está escrito na sua Bíblia Sacrada. Aceitam todos, sem distinção de cor ou o que quer que sejam, inclusive os homossexuais. Irônico, não é?
Lamentável mais esse seu argumento, pois creio que você vacilou muito em citar as ONGs e deveria publicamente se retratar em um texto de desculpas.
Vejo o trabalho de muito dos meus colegas, sendo homossexuais ou não, sendo mau remunerados, fazendo um trabalho social divino. Também sei que Deus está olhando por eles e por todas as organizações internacionais que lutam para estabelecer o bem no planeta.
Seria infantilidade minha pensar que tudo é perfeito, mas creio que muitas ONGs estão no caminho certo e de muitas eu faço parte como voluntário e assessor de projetos.


1º artigo: O QUE ESTÁ POR TRÁS DO MOVIMENTO HOMOSSEXUAL? (fonte retirada do seu texto)


Respeito, dignidade, amor, carinho, compreensão e Direitos Iguais.


2º artigo: DEIXAR A HOMOSSEXUALIDADE É UM DIREITO HUMANO E CONSTTITUICIONAL. (fonte retirada do seu texto)

Creio que entendemos Direitos Humanos de forma diferente.
Direitos é quando todo cidadão do mundo não é julgado por conceitos morais, por seres humanos semelhantes de carne e osso, por dignidade e cidadania. Teriam uma infinita lista de direitos.
Sinto os meus direitos violentados quando em sua entre linhas você tenta sem sucesso dizer que sou uma pessoa errada. Pois por mais que voc6e argumente ao contrário, é isto que está em suas entre linhas.
Imagine se eu entrasse no seu corpo sem a sua permissão e lhe impuzesse a condição de mudar de quem você é e gosta de ser? – Já viu que sensação horrível Rozangela?
Imagina você em uma sociedade ditatórial, necessitando ser uma homossexual, uma cristã lésbica, trans? – Os vendedores de morais, lhe vendendo a cura da homossexualidade? – Faça a inversào desses papeis e verá que o script é muito forte e difícil de engulir.


A aceitação da homossexualidade não é um consenso entre o povo brasileiro – os religiosos consideram a homossexualidade um pecado e os profissionais sérios consideram a homossexualidade um comportamento passível de mudança, se esta for desejada, o que é respaldado pela OMS – Organização Mundial da Saúde . (fonte retirada do seu texto)


Rodando no redondo mais uma vez Rozangela! – Isto até parece propaganda nazista! – Os religiosos e profissionais deveriam calar-se e deixar as pessoas tomarem as suas próprias decisões.
Rozangela chegamos até aqui, então creio que o nosso monólogo por enquato está só nos escritos. Mas tenho uma pergunta que não posso deixar de fazer antes de terminar essas linhas traçadas.
QUAL É O SEU PROBLEMA COM A HOMOSSEXUALIDADE? Esse será o tema do meu filme caso você concorde em participar dele comigo.
VOCÊ TEM FILHO, IRMÃO, PARENTES, MARIDO OU EX-MARIDO, PAI, TIOS, AVÔS HOMOSSEXUAIS? – Espero que não se sinta ofendida com essas perguntas, mas como você é tão contra os homossexuais e insistentemente procura a cura para elas, então gostaria de saber a sua verdade. Pois as verdade dos religiosos e profisisonais do meio eu já tenho as respostas e todas são contraditórias.


PORTANTO, LÍDERES RELIGIOSOS E PROFISSIONAIS, ESTÁ NA HORA DE TODOS SE LEVANTAREM PARA ADERIR AO MOVIMENTO DE APOIO A FAVOR DOS QUE QUEREM SER APOIADOS, MAS TAMBÉM LEVANTAREM UMA SÓ VOZ CONTRA OS NOVOS VALORES QUE ESTÃO QUERENDO DITAR E IMPOR A NOSSA NAÇÃO ! (fonte retirada do seu texto)

Sabia que lendo as suas palavras elas me assutam. Confesso que estou impactado, pois foi assim que Hitler conseguiu exterminar seis milhões de seres humanos no mundo. Judeus, Ciganos, Homossexuais e tantos outras pessoas.
Sem fazer comparação, mas não me esquecendo da história que aprendi com pessoas que sofreram na pele as agressões do nazismo.
Tudo começou com a palavra “Pátria, Nação Ariana”.
O meu Deus envergonho-se muito, ficou triste e fortaleceu as forças aliadas para finalizar o sofrimento de tantos.
Reflita sobre isto também!
Eu creio que todos vocês deveriam era de se ajoelhar perante o Deus de vocês e terem uma conversa de pé de ouvido sobre a titude de todos vocês contra os seus irmãos.
Creio que não sinto que o movimento homossexual queira impor nada a vocês e nem a ninguém. Creio é que vocês estão muito incomodados conosco.
Acredite-me, se não houvesse tanta negatividade de vocês, tudo seria uma santa paz celestial. Na verdade é tudo que queremos, paz e DIREITOS IGUAIS, pois se você/s têm, nós também queremos.
Você concorda comigo? – Sendo uma cristã, você acredita no bem estar do seu semelhante, pois assim as nossas crenças, doutrinas, seitas nos ensinam.


ESTE É UM ATENTADO VIOLENTO SEM IGUAL CONTRA O POVO BRASILEIRO! (fonte retirada do seu texto)


Eu diria que os imposto que pagamos no nosso país sào vergonhosos. A criminalidade é terrível. Os dízimos cobrados são faraônicos, a imoralidade dos governantes é um hotrror... a fome, a tristeza, a descrença sào um atentado violento ao POVO BRASILEIRO. Você concorda?
– Então os homossexuais em comparação a tantas aberrações não são nada. Não é mesmo?
Já viu os nossos salários e os do parlamentares? – Pois é, o que é mais vergonhoso do que isto? – Não somos nós homossexuais, não é mesmo?


4º artigo: DA HOMOSSEXUALIDADE À HETEROSSEXUALIDADE: há possibilidade de resgate da heterossexualidade. - Precisamos levantar um clamor a Deus para que, em nome de JESUS, não deixe o nosso povo ser enganado e nem viver esta ditadura desconstrutivista violenta!


Não quero ser resgatado não, mesmo que haja a possibilidade lá no infinito. Pois estaria sendo imposto a resgatar o que a sociedade moralista quer que eu faça. Sou um cidadào livre e com a minha liberdade de expressào faço dela o que desejar sem interferir na vida alheia, sem cruzar os limites dos outros.
Já observou que essa propaganda de “HOMOSSEXUALIDADE À HETEROSSEXUALIDADE” tudo isto é parte de um conceito de que se não houvesse a homofobia, o estigma, a discriminação, as pessoas seriam ou não seriam o que eles desejam ser? – Simples, não é? Sem julgamentos! Como está na Bíblia!
A única descontrução violenta que vejo nisto tudo é como as pessoas proclamam o nome de Deus em vão. Isto para mim é violência, pois proferir o nome de Deus em vão é “Pecado”, segundo a Bíblia Sagrada.

No dia 22 de maio, antes da audiência pública, dia 23, estaremos reunidos no DF orando a Deus para proteger o nosso povo, a nossa nação. Se você não puder estar conosco no DF ore em sua casa ou igreja, e que Deus nos abençoe, em nome de Jesus! (fonte retirada do seu texto)

Não vou poder estar orando com vocês! Sou homossexual e não quero a cura, então não sou bem vindo ao seu grupo de orações. Também não poderia orar contra do PLC 122/2006, por ser uma coisa que acredito e venho lutando por anos. Desculpe-me!
Mas estarei orando contra os seus argumentos e como os respeito, vou esperar que você respeite os meus também.
Como temos Deuses diferentes, então estarei rezando para o seu também e pedindo-o com muita humildade que clarei a mente humana sempre para o bem e que não deixe as pessoas incitarem os seus filhos contra os seus próprios filhos.
Estarei nesta corrente junto com todos vocês (na minha casa).
Vocês acreditam que somos Ets e não seremos merecedores dos Reinos dos Céus.
Confesso Rozangela que quando meu Deus me colocou aqui na terra e disse para mim, que para ela eu retornaria. Ele não estava me esperando com atitudes boas no céu. Ele quer e queria me ver aqui na terra semeando AMOR, SOLIDARIEDADE e podendo diálogar com você e tantos outros. Junto de alguma forma podermos fazer esse mundo melhor, sem que tenhamos que interferir na vida alheia de quem quer que seja.
Espero que tenha chegado até aqui nesta mensagem, pois foi escrita de coração e retorno a lhe convidar par o meu proxímo filme. O convite está de pé e espero poder um dia sentar em uma mesa e darmos fantásticas gargalhdas sobre tudo isto, pois sei que Deus estará compartilhando de nossas vidas e ai sim poderemos dizer em voz alta que estamos amando o mesmo DEUS.
Que as forças do bem estejam sempre regendo a sua vida e as suas atitudes.
Atenciosamente
Vagner de Almeida


sábado, 12 de maio de 2007

Dias de Felicidade na fronteira dos 50

Agora só faltam 23, 24, 25 dias! Tic-tac do relógio, uma onomatopeia do presente!
Pois faço aniversário por 3 dias e tenho que comemorar a cada um desses momentos que estiveram presentes na minha vida há 50 anos.

A vida é infinitamente engraçada!
Pois é, sou eu de novo contando os dias que antecedem meu aniversário de meio século de convivência com esse sistema.
Confesso que não estou confuso, mas preocupados com tantas balas perdidas rasgando o nosso cotidiano.
Quero ser “Canonizado”, tenho esse direito! Faço milagres todos os dias como os outros 175 milhões de brasileiros atordoados neste sistema da Pátria Mãe Gentil. Somos Santos em viver neste país! Para o “Papamovel”, eu quero descer e fazer parte do povo nas ruas embasbacados com um homewm como nós regendo a orquestra de tantas pessoas aflitas por milagres, soluções, esperança e pavor de não verem nada mudar nesse sistema de vida social que levamos nos dias de hoje principalmente nestes dias de total violência urbana. Parem o Papamóvel brindado, pois queremos o Papa no meio de nós e das balas perdidas. Temos também o direito de um Papamóvel.
Hoje acordei com o joelho torcido!
Pois é, nada é perfeito e já poderia colocar a culpa na idade! Mas não foi ela (a idade) que torceu o meu joelho! Por mais que as pessoas tenham que mencionar que nesta idade tudo de ruím acontece conosco.
Xó encosto trancador de emoções felizes!
Foi eu mesmo carregando caixas pesadas na mudança. Caso tivesse sido na primeira caixa ai eu exclamaria, esbravaria, emputeceria aos berros dizendo:

“Não tenho mais idade para isto! Bla, bla, blas... todas as referências seriam sobre a idade” – Somos tão chatinhos conosco mesmos!

Mas para minha alegria e a má sorte do joelho, foi na vigéssima terceira caixa (23) e ao sair debaixo de uma mesa. Percebi que o corpo estava começando a ficar esgotado e eu não soube respeitar os seus limites. – Tento convencer-me que não foi a idade, mas sim esgotamento físico dessa argamassa fofuda acima da média e em cima do meu joelho! – Resultado, uma peregrinação ao hospital, Raio X, pilulas, duas muletas “Sadomaso = SM” embaixo das minhas axilas, e a luta com o plano de saúde para pagar as contas. Peregrinação ao hospital e não à Aparecida do Norte, para idolatrar o Bento.

Sentado em uma cadeira inconfortável na frente de uma secretária bonitinha latina no hospital, sabem o que ela me perguntou em primeiro lugar?

“Qual é a sua idade?” – Respondo orgulhoso da vida. Quase 50, ainda falta 30 dias e terá festa! – Não vi nenhuma manifestação na face da desagradável secretária.
Piorou um pouquinho mais quando perguntou pelos “Pounds=Quilos” – Tive que responder, pois é o joelho que sustenta meus 220 pounds ou 98 kilogramas de excesso no corpo.
Neste momento não sorri não! Fiquei sério com a cara enrrugado igual a um marácuja seco. Mas não teve jeito, a deselegante secretária oxigenada (os cabelos) me perguntou mais uma vez.
Quantos quilos Senhor Almeida? – Tive que responder! – Conclusão! Disse o que eu já sabia, pois estou acima da média e o meu joelho não consegue suportar mais do que 76 quilos. Inrritante essa secretária com os longos cabelos mau tratados! Xó estrupício do além! Você não é médica para me dizer o que eu tenho ou não, deva ou não fazer.

O importante é contínuar a seguir a maré, pois venho navegando por muitos anos neste mares nunca dantes navegáveis por mim mesmo. Camões me atropelou agora... Ichi! Pediu para cita-lo e lá vou Camoesninhando na vida

Nasci nos anos 50, propriamente em 1957. Foi barra para mudar todos os conceitos de várias gerações. Inclusive observando a minha mãe tendo que se acomodar aos maneirismos dessa década e das próximas que viriam. Doméstica, pobre, jovem, possívelmente algumas vezes feliz.

Como nós crianças podemos entender o “mood” de nossos pais em épocas tão remotas de nossas infâncias.

Dou um salto para trás e me pego na modernidade daquela época, coisas que transformaram as nossas vidas, a minha vida.

Observando a história só passaram 50 anos desde que apareceu a televisão. Assistia os meus programas favoritos “Durango Kid, Os Invasores, Zorro, O Homem de Virginia, Speedway, Os Três Patetas, Perdidos nos Espaço” do lado de fora da casa de D. Carminha, disputando um espaço na janela com os outros guris da comunidade. Uma televisào para mais de 50 crianças embriagadas por aquelas imagens da televisão. – Eu era o primeiro a chegar e dali ninguém me tirava. Era truncudo e brigão. “Galinho Garnizé”, como D. Carminha me chamava. Mas ela gostava de mim. Limpava o jardim dela de graça, assim poderia ter o meu lugar cativo na janela da sala dela. Eu era pequeno e tinha que subir em uma pedra para poder ver as imagens. Desde cedo fui malabarista. A TV só chegou na minha casa no final dos anos 60... quase 10 anos depois. Ou bem me lembrando no início dos anos 70. Como já me referi, um ano de imensa felicidade para mim e principalmente com a chegada da TV na minha casa e tendo uma antena infeliz de recedpção, que só recebia os sinais no alto de “Morro dos Ventos Uivantes”. Tinhamos que ir lá todos os dias para capitar o sinal. Era uns gritos de baixo para cima e de cima para baixo. Vivi lá em baixo e eu lá em cima. “Prá direita! Prá esquerda! Devagar! Um pouquinho mais! Menos! Mais... Prá lá, prá cá” – Sentia-me cantando tonto Elis Regina “Dois Prá, Dois Prá Cá” – Um alvoroso e a vizinhança se aglomerava para ver a Epopéia do “Vira”. Só nós tinhamos agora TV na comunidade. Eramos Reis e Rainhas. Ninguém ficava mais de mau comigo. Acabou as pelejas do: “Tá de mau como sal na panela de mingal. Tá de bem, meus parabéns” - Mas nem tudos eram flores com aquela nova tecnologia comprada em infinitas prestações na Casa Bahia da época, a “Ducal”! A infeliz da antena quando conseguia pegar um sinal, bastava passar uma brisa pelo vale e ela mudava de lugar.... Isto sem falar que a precariedade era tamanha que essa antena era amarrada em um “bambú que balançava, virava, retorcia, emborcava, mas não caia”.

Mesmo com a imagem distorcida, cheia de formiguinhas como todos nós diziamos , quase impossível de vermos as pessoas, nós nos deliciavamos com tantas novidades como as telenovelas. Assunto do dia seguinte eram os capítulos das novelas e adicionado aos comentários do “Pai Patrão Machão”, dizendo que “Novela era coisa de mulher desocupada” – Mas futebol não era coisa de babaca machão violento.

Existia coisa pior do que a esposa ter que ouvir nas tardes de domingo futebol em um rádio de válvulas com chiados, ruídos extra-terrenos?

Pois eu acreditava que os invasores do espaço entravam pelos rádios de nossas casas.
Mesmo com os comentários ácidos do meu pai eu mergulhava nas emoções dos foletins das grandes novelas, agora televisionadas.

Sou da época de: [podem gargalhar de mim]

“Sangue e Areia, A Grande Mentira, Minha Doce Namorada, Selva de Pedra, Dona Xepa”... e a Buzina do Chacrinha nos adiconando o besteirol e ovacionando o povo com “Bacalhau e Abacaxi” e Flávio Cavalcante nos dando um banho de cultura.

Aida sou da época também de radio-novela, fotonovela, gibis e programa de auditório da Rádio Nacional. Desde cedo já era plugado nas coisas, nas novidades e morava lá no “Rancho Fundo bem prá lá do fim do mundo”. Gargalho das saudades bonitas!

Esqueci de comentar que a televisão era a ZENITH e a vizinhança invejosa falava para a minha mãe que a marca boa era a PHILCO. Mas para nós gurizadas o importante não eram as marcas, mas sim as imagens. Sempre achei crianças mais inteligentes do que adultos.

Etá tempo bom que até com a inveja era gostoso de se brigar.
Apesar de tudo eramos uma comunidade de tantas diversidades étnicas. Tinhamos centenas de culturas de toda parte do mundo. Tantas histórias de vida, centenas de fragmentos de saudades dos entes queridos na Europa, Africa, norte e nordeste do Brasil, população indigena e ciganos. Acreditem-me a minha geografia de vida, minha filosofia de existir com propositos positivos na vida, minhas verdades e mentiras começaram todas ali, naquela comunidade na história dos tempos. Eramos brasileiros, judeus, portugueses, espanhois, russos, alemães, paraguaios, paraibas, maranhenses, americanos do norte, franceses, polacos e muitos sobreviventes do holocausto.
Todos sem excessào nos contavam histórias de suas terras. Tristemente tenho que confessar, que a televisão na casa de D. Carminha e na nossa casa desconstruiu um pouco esse universo fantásticos dos “Contos de Vidas”. Poderia disserta-las muitas das histórias que foram contadas para nós gurizadas no quintal, embaixo de um pé de Araça, Jabuticaba, Mamoeiro. Todos nós de pés no chão! Bicho de pé, Barrigão de Lombrigas, Carrapatos e Mosquitos, também faziam parte dos cenários daqueles tempos.

Agora foi a vez da segunda novidade da casa! O chuveiro elétrico Lorenzetti! Banho quente de gotículas finas! Com a chegada dessa invenção, que nos dava muito choques na hora do banho, a bacia e a chaleira de àgua quente foram abandonadas, foram aposentadas, até quando a conta de luz chegou no mês seguinte. Foram gritos e sussurros dentro de casa. Evidentemente a “Culpa” caiu sobre mim, pois alegaram que eu é que ficava embaixo do chuveiro por horas. Pais exageram tudo! E nem tinhamos telefone na época.
Não tive problema de retorna a minha amada bacia de banho. Cada um tinha a sua. A minha era grande de cobre, pesada e velha. Passei horas a fio ali dentro pensando na vida, saindo de uma infância sem muitos pecados ainda e penetrando em um mundo de descobertas sacanas, impuras, maravilhosas, descoberta do corpo, dos pelos, das infinitas ereções na hora do banho... que delícia, que saudades bonitas de ereções infantis, simples, sem criatividade, sem medo (em termos sem medo). Pois teria que confessar no domingo ao padre sobre as minhas 20 ereções diárias. Mas eu reduzia os números e só confessava uma meia dúzia delas. As mais simples, assim a punição era menor. – Mas o meu temor maior era da minha Vivi, pois se ela me pegasse com o pirulito ereto, poderia me penalizar com coças, castigos e trabalhos extras como por exemplo; limpar galinheiro, chiqueiro, lavar os cachorros todos e por ai a fora... Mas nem isto contiam as minhas pecaminosas ereções Nelson Rodrigueanas. Sempre amei sexo! Quero ter cem anos fazendo algum tipo de sexo.
Nem que seja retornando as páginas inocentes das revistinhas do Zéfiro.

Podem rir, gargalhar, pois eu gargalho muito!

Mas sou do tempo do pinico embaixo da cama, banho de bacia, fogão de lenha de esmalte branco, fogão de querosene, fogão de 4 bocas de bojão da Gásbras, mesa de formica com 4 cadeiras de cores diferentes, filtro de barro, picolé de anelina verde, pinguim em cima de geladeira, tapete de trancinhas, cachorro latindo atrás do próprio rabo, casa com telhas coloniais. Mas para adorna-las havia um pé de pêssego que se debruçava sobre elas. Isto é bonito demais, não é? Sou do tempo do interruptor de luz preto, do rádio e rádio-novela, programas de auditório na PRD3 de Petrópolis. Estavamos lá todos os santos domingos, evidentemente tendo ido a missa pela manhã na igreja do Retiro. Um borogodô, mas depois de engulir aquela argola branca chamada de “Ostia”, necessito ser Canonizado por isso também. Hoje pareceria até como se fosse uma camisinha. Depois desse ritual forçado, ia correndo comprar mariola, pé de moleque, lingua de sogra, pirulito Zorro e chiclete rosa açucarado na quitanda do Sr. Zé Mário. –Ih! Lá vem a idade de novo! – Açucar hoje só adoçante, pois a Diabete pode gritar. “gargalho da minha diabete”

Não posso esquecer a Declaração dos Direitos Humanos e as Revista Playboy e Fairplay. “Comentário espécial a Revista Playboy pois do Zefiro eu já descrevi na última crônica: todas as coelhinhas da época estão nas casas do 70 ou 80 anos... amava ver essse revistas escondido. Ficar escondido com uma revista na mão era muito excitante. Todas vinham lacradas a sete chaves e os jornaleiros da época ainda eram éticos e nem que chovesse canivete eles vendiam uma revista dessa para menores de 18 anos. Meu pai e seus colegas tinham aos montes. Também trancadas a sete chaves, pois as esposas não podiam descobrir que eles se deliciavam com as inocentes coelhinhas playboyanas. Ao descuidarem das revistas, lá ia eu pega-las e folhea-las por horas e depois me debruçava nas fantasias em minha bacia de cobre na hora dos infinitos banhos diários” – Adendo! A àgua era fervida no fogão de lenha de esmalte branco. Tinhamos que economizar gás. Chuveiro passou a ser uma coisa meio dominical e para as mulheres da casa. – não achava nada correto e ético essa diferenciação entre o macho e a fêmea na hora dos banhos no Chuveiro Lorenzethi.

Casar era para sempre, sustentar os filhos era somente até quando eles conseguissem emprego, as certezas duravam a vida toda e os homens eram os primeiros a serem servidos na mesa de jantar. Lembro-me do meu pai sentado na mesa e reclamando da comida sempre. Um dia com muito sal outro dia sem sal. Passei a minha infância toda vendo a minha mãe ser a última a sentar-se na mesa, exausta, muitas das vezes deprimida por escutar tantas críticas injusta sobre a alimentação preparada com carinho.

Casar era para sempre, mas só que nos anos 70, ela “Vivi e tantas outras” conseguiram romper as correntes dos casamentos. Ela cantou Vanusa em voz alta naquele dia “Hoje eu vou mudar...”. Parabéns Vilma Esteves da Silva (nome de solteira). Mulher de aço, ser de luta, guereira sem armas na mão.
As avós “Cacilda Dorothéia e Catarina” eram umas velhinhas submissas aos seus “Donos=Maridos”. Hoje, essas mulheres de 40 ou 50 anos viraram um outro ser. São mais fortes, mas audaciosas e consequentemente estão também mais sozinhas. Melhor assim do que ter que aguentar insuportáveis maridos, malas sem alças, sem rodinhas e com o zipper arrebentado. E quando não violentos ou não assumindo as suas impotências. Isto não descarta também das esposas horríveis que existem por ai. Tanto lá quanto cá, porcaria também há!

Vamos culpar! Culpa das guerras dos sexos e do mundo? Das Pilulas e dos Viagras ? Da internet dando uma falsa liberdade de que tudo é possível desde que teclamos no site certo? Da famigerada e amigável globalização? Do muro de Berlim? Da televisão e da tecnologia com controle remoto nos adicionando a obsidade? Necessitamos “Culpar”, pois culpa faz parte de nossas vidas. Interessante ressaltarmoss que a “Culpa” é sempre dos outros ou de alguma coisa. Nunca a nossa, mas a de alguém. Aprendi muito com o seriado “Malú Mulher”.

Fui um adolecente sedento em querer aprender e queria decidir a minha própria vida dentro da casa dos meus pais e da Ditadura da época. Lutas constantes em todas as frentes. Tudo isto porque eu não queria que eles decidissem como eu deveria agir.Acreditava que nós eramos/somos nossos "próprios donos". Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar à mercê do mau humor, da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos outros. Acreditava que não são os ambientes que nos transformam e sim nós que transformamos os ambientes.
Isto era demais para uma época em que tudo necessitava de hierarquia ditatorial. Dentro de casa, fora de casa, na escola, na rua, nos biscates que faziamos. Amavamos as nossas professorinhas, mas eramos reprimidos pelo
"Pecado de Amar uma mulher mais velha, santa, quase se igualando as nossas Virgens Mães"
Que sofrimento, que tormenta!
Oh! Vida Cruel! “Dr. Smith e o robô” no seriadoe Perdidos no Espaço.
Mas eu era feliz do meu modo Hiponga.
Meu cabelo Afro/Pichaim Loiros de Parafina e Àgua Oxigenda, foi esticado a pente de ferro quente, passei pasta alizante e fiz cachinhos com a parafina... nem sei por que o cabelo não caiu. Era um Hippie que tomava banhos! – Não mas só na bacia, mas na casa dos pecados que residiam aos lados. Época de imensa e forazes sacanagens. Que tempo bom! Paro por aqui ou terei que colocar as tarjetas negras nas frases.

Como as coisas mudaram nos dias de hoje. Até morrer ficou diferente. Na minha rua existiam velhinhos que morriam aos poucos. Ficavam uns dez anos morrendo e isto acontecia logo depois de completarem 50 anos. Hoje se morre com 80 ou aos 90 e é vapt-vupt. O Vapt-Vupt são as “balas perdidas, o colesterol, o estresse ”. Observa-se que em pouco anos atrás se morria aos 50 e já eramos velhos. Hoje eu me sinto com quase 50 e não estou velho, pelo menos para mim. Gargalho de mim mesmo, tentando convencer os demais sobre o “Bom Astral dos meus 50 anos”

Recebi algo muito relevante na internet e quero adicionar com as minhas crônicas da minha travessia ao meio século de permanência neste sistema. Faz, fez, está fazendo parte do meu show. “Viva Cazuza, brincamos muito nos anos 70 em Petrópolis, no Pier de Ipanema e nas "festas proíbidas pela censura”

Em 50 anos tiraram a filosofia da educação básica, e como o pensamento era reprimido pela revolução, tudo virou libertação: Pedagogia da Libertação - Teologia da Libertação - Psicologia daLibertação. Deu no que deu: - Burrice liberada. - Burrice Eleita! Nada mais verdadeiro do que o BBB e tudo que a mídia nos apresenta nas telinhas domésticas.

Para as pessoas de mais de 40, 50 anos, palhaço era o Carequinha. Que esteja em algum lugar do universo levando e trazendo todas as alegrias que ele me proporcionou aqui neste sistema. Ri tolamente das belas tolices Carequinianas. Hoje o povo inteiro é meio palhaço, meio pateta. Ladrão era Meneguetti e o Bandido da Luz Vermelha. O caso da “Fera da Penha”.
Hoje os ladrões tomaram conta dos palácios, da Câmara Federal e de uma cidade que não existia, chamada Brasília. Ângela Guadalquinin dançaria só na zona do baixo meretrício e olhe lá Mas a mídia liberou a Dança Garrafa. E Presidentes da República eram alfabetizados, ditadores e generais. Respeitadores da moral e dos bons costumes, tudo que não tocassem em suas ideologias facistas.
Amigos e amigas os quais já passaram ou estão nos “50, 60, 70, 80, 90 Ões” da vida. Abaixo seguem as seguintes emoções daquelas épocas. Vocês se lembram de:
1 - Experiência com feijão e arroz germinando a gente fazia na escola
primária e não em vôo espacial, pago a 12 milhões de dólares.
2 - Dia da Mentira não era data nacional.
3 - Piercing quem usava era índio botocudo.
4 - Tatuagem era em criminoso do bas fond.
5 - Mansão do lago era algo de filme de terror e não lugar onde ministro
divide dinheiro.
6 - Caseiro não era mais ético do que ministro.
7 - Quadrilha era dança junina e não razão de existir de partido político.
8 – Soltar balão e fogos não era significado de chegada de drogas no pedaço e nos Morros.
9 – Pipa não era para avisar que os macacos estavam subindo o morro, para iniciar mais uma guerra civil naquela comunidade.
10 – Parafina passei nos cabelos nos anos 70 e na minha prancha de surf, que andava mais embaixo dos meus braços do que dentro da àgua.
11 - O Clube dos Cafajestes eram uns inofensivos Playboy´s cariocas e não um País inteiro que se vangloria de ser “Solidários Pitbulls”. – Começo a repensar sobre essa palavra na “Amada Pátria Gentil”.
12 – cantei o Hino Nacional, O Hina da Bandeira e tantos outros hinos todos os dias no pátio de minhas escolas, em filas cadenciando a sua série e altura, antes de irmos para as salas de aula.
Saudades de uma disciplina que na época odiava, repudiava, mas foi ali que me ergui como cidadão brasileiro que sou. No meio de tantos detritos, me sinto ainda alguém que tem a coragem de dizer que tenho “Orgulho de Ser Brasileiros com Letras Maiúsculas”
13 - Movimento social era reunião dançante. Creio que o PT foi até criado em uma dessas reunião farway from a atual Brasília contemporânea. Idos tempos em que jovens bem intencionados, faziam das Movimentações, verdadeiros Movimentos Sociais. – Fui muito feliz no
“MAS – Movimento de Ação Secundarista”

Vamos gargalhar, pois essas são ótimas!

Mexer nas gavetas do passado é tirar a velha Astola de Raposa Falsa comprado no armarinho do Turco da esquina. Bons tempos! As pessoas de mais de 40, 50 estão assim meio tontas, mas vão levando e se entupindo de PROZAC e todos os ZACs do mercado farmaceútico.

- Fumaram e deixaram de fumar. Adquiri-se cancer, mau hálito e ficou meio “Cafona”. Mas esse vício segundo os evangélicos e demais seitas e religiões é coisa realmente do “Demo” e dos milionários fabricantes dessa caixinha com 20 cigarrinhos poluentes e que consomem quem fuma. Detalhe! Eu nunca fumei na minha vida, por pura opçào de não querer mesmo. Desde cedo achava que era caro e que o meu dinheiro, parcos trocados eram melhor usados, usufruídos em outras coisas, inclusive em inocentes figurinhas de albúns que adorava colecionar.

- Minha galera não bebeu whisky nem com muito gelo e nem com pouco. Era chique, mas só para ricos, magnatas, doutores e hoje os mesmos trocaram o "White Horse" e só bebem água mineral. A sirrose gritou! Igualzinho a pinga que o Pé De Cana com sirrose também, tomou nos bares das esquinas por muito menos. Até a pinga nesta época era discriminada. Como os tempos mudaram e hoje temos as Universidades das Cachaças Brasileiras. Pinga no passado! Àgua ardente da pesada no quentão das festas juninas. "Noite de junho, céu estrelado, balão subindo clareando a multidão..." Que saudades bonitas!

- Foram marxistas (eu não fui) até descobrirem quem era Harpo, Chico e Groucho, e que marxismo é um grande engodo.

- Ninguém tem mais certeza de nada e a única música que dos Beatles ainda toca é "Help". Mas não podemos esquecer da Aquarela Brasileira e das Bachinas Brasileiras na voz de Bidú Sayão, nos embalos da Banda Blitz dos na Pedra do Pão de Açúcar na ainda meio pacata cidade do Rio de Janeiro. Mas o Esquadrão da Morte já perambulava por Duque de Cáxias e Tenório Cavalcante era o home da Capa Preta. Saudades, saudades das Frenéticas! “Quanto mais a mulher jura, gostar de homens eruditos, tanto mais elas procuram, um tipo burro e bonito” – adorável meninas que abrilhantavam nossas vidas de “ado-borre-centes”
Pára Brasil, que os caras de 40,50,60,70,80,90, querem descer!!! – Eu quero ficar, sentar e ver um Brasil melhor passar na minha frente. Mesmo que a nossa realidade seja de fazer vergonha! Pior, é que nos dias de hoje, raros são os que sabem oque é "vergonha". Mesmo assim, ainda quero ter mais 50 anos para ver alguma coisa acontecer que não me traga “Vergonha” e sim "Orgulho".

O tempo passa e com ele caminhamos todos juntos sem parar!
Adoraria saber aonde estão todos os meus amigos/as do primário, ginásio, curso de contador, científico, faculdade e a velha turma da praia. Etá saudades de “oceis”.

Brindo com todos vocês a “Vida”, estejam aonde estiverem... ergo a taça da Vida a todos vocês, a todos nós.

Saravá e desde já, muitos anos de vida para mim e para todos nós!

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Vagner de Almeida, Borboletas e Basta Um Dia


ENTREVISTA COM DIRETOR VAGNER DE ALMEIDA

FILME:
BORBOLETAS DA VIDA

Entrevista por: Marccelus Portal
WWW.PORTAL.MARCCELUS.COM


M: Vagner você é parte dos brasileiros premiados e reconhecidos fora do país. O nosso país é ingrato para com os seus talentos? Como você vê o incentivo ao cinema dentro e fora do Brasil?

V: Ser premiado, reconhecido e ver o seu trabalho contribuindo de alguma forma para melhorar globalmente esse sistema tão cheio de pequinezes é uma honra. Um averdadeira glória…
O nossoo país é ingrato com uma série de coisas, basta abrirmos as janelas de nossas casa ou colocar o pé nas ruas, que veremos a ingratidão e a perversidade de nossa sociedade com os seus cidadãos comuns. Somos um país muito descuidado com a solidariedade. Somo empregnados em dar esmolas, mas cuspimos nos que nos estendem as mãos para as esmolas que damos.
Qto ao que faço ou me proponho socialmente a realizar tenho conseguido muitas coisa, mas com muito esforço. Como não faço documentarios para me auto-promover, mas sim denúnciar uma série de impunidades, as quais perduram por anos em nossa sociedade egoísta. Neste ponto de vista eu me sinto excluído de uma série de possibilidades comerciais. Mas um dia eu chego lá…
Os incentivos estão ai, mas muito centralizados, sempre nas mãos dos mesmos, sempre abocanhado pela mafia cinematográfica, pelo famosos e ilustres. Isto é no exterior; é aqui no Brasil e não há como transpor essas paredes criadas pelo monópolio dos sempre patrocinados. Isto não quer desmerecer que o cinema brasileiro deu um avanço formidável em qualidade, tanto técnico como comercial. Mas ainda não conseguimos superar ou nos igualar a países como a Índia que produz mais de 800 filmes por ano, isto significando que eles produzem mais de 2 filmes e por dia.

M: Na sua categoria de expressão cinematográfica – na parte de documentários - existem oportunidades de maior divulgação no exterior?

V: As pessoas têm uma idéía muito errada do exterior como sendo o eixo do mundo ou um paraíso. Tudo do exterior é melhor para a maioria das pessoas. Não importa que você pronúncie o nome da Bósnia ou de Serra Leão como sendo os piores lugares do mundo, ainda vamos escutar que lá é melhor do que o Brasil. As pessoas no nosso país têm essa idéia de um arco-iris estranjeiro, todos lugares que você imigrar sera um Colorado. Tudo é muito relativo, pois foi no exterior que recebi o meu primeiro prêmio internacional, mas também tenho me organizado no Brasil para que o meu trabalho seja reconhecido ai.
No exterior eu me deparo tanto con feras imensas como com mínimas. Tudo é uma competição, um estende chapéu, um puxa saquismos, um tira tapete dos pés dos outros. O que eu faço é tentar me apartar dessa passarela de vaidades e divulger os meus documentarios como um protesto, um alerta, um grito sobre todas as tragédias e impunidades que imperam no Brasil, aqui embaixo do Equador, país que não tem pecado e que Deus é brasileiro… Meus filmes sempre saiem bem nos festivais tanto ai no Brasil como no exterior. Isto me faz muito feliz. Para um filme que não é comercializado como “Borboletas da Vida”. Este foi um exemplo de sucesso para nós com centenas de apresentações, críticas de altíssimas qualidades e um público misto formidável… Todas as apresentações aonde tive a oportunidade de estar houve debates e tópicos relevantes, enriquecedores, os quais foram pontuados em cada apresentação.
A última apresentação das Borboletas no MIX BRASIL no Rio de Janeiro fomos aplaudidos de pé… em Nova Iorque fomos aplaudidos de pé dai para frente o filme criou pé e saiu andando sozinho. Amigos dizem que as Borboletas não criaram asas, mas sim pernas… eu acho isto ótimo.
Isto foi um presente que o exterior me deu, pois apóis o meu filme ser preminado no New York Brazilian Film Festival ele surge na mídia, ficou carimbado na internet e vários sites importantíssimos… uma vitória... mas nada disso nào teria aocntecido se eu nào tivesse ao meu lado o time que tenho no Brasil, o apoio que recebo e todas as glories, os louros eu dividos com os meus técnicos, entidades e pessoas que direta ou indiretamente estiveram lá no pecurso da criação de todo processo do filme.
Só no Google há mais de 360 referências sobre o meu filme e isto é o máximo para um peixe pequeno como eu dentro desse mar de tubarões, isto é divino.


M: Fala um pouco da tua formação acadêmica, como nasceu a tua vontade de filmar e porque esse especial interesse num documentário realista e quase denúncia?

V: Começo em Estudos Sociais na UCP – Petrópolis e fujo para teatro, fundando um grupo nos anos 70 de protesto e consequemente levando muita porrada de policia, preso com o grupo, tendo teatro invadido e fechado… enfim um longa história como de tantos outros brasileiros que viveram os anos de ferro da nossa estimada patria mãe gentil. Do teatro para filmes não foi uma passagem em degradê, pois sabemos que filme sempre foi uma coisa cara e de alcance quase útopico para muitos de nós. Mas começando a trabalhar na ABIA com o Projeto HSH, recém chegado da Universidade de Berkeley na California, estudado análise de imagens para filmes, amando fotografia e sempre escrevendo scripts para teatro, não estava muito longe de ganhar uma camera VHS do meu parceiro e começar a filmar os amigos e suas verdades e mentiras. Como tudo na minha vida é um processo de construção o cinema também tem sido o mesmo. Não acredito no imediatismo, no tem que ser quero agora, algo muito típico dos brasileiros, mesmo antes do mundo ficar tão globalizado, já eramos imediatistas mesmo antes dessa mundança global, com fax, computadores, internet e celulares…
Sempre trabalhei com denúncias. O meu segmento no teatro sempre foi o Teatro Expressionista, nos meus documentaries não fujo muito dessa realidade que construi para as minhas obras. Há a necessidade constante de denúnciar ou nos perdemos dentro de nossas próprias vidas.


M: Você acredita no poder transformador da arte?

V: Certamente! Sem a arte o mundo não existiria. Através dessa benção que é a arte o mundo estaria muito pior… estariamos muito acelerados para as coisas ruins… Atráves da artes cinematográfica eu posso filmar, editar, montar o meu mosaíco de fotos e tomadas de cenas e criar uma arte e dali divulga-la no mundo, ajudar as pessoas a repensarem sobre outras vidas de pessoas sem privilegios, sem amanhã… a arte me conduz, me ilumina, me transforma de forma extremamenete positive e certamente transforma a vida do mundo para melhor.

M: Cultura e qualidade de vida caminham juntas?

Deveriam, pois a cultura nasce para todos, mas nem sempre a cultura é um fator transformador de qualidade de vida. Nem todos em nosso país e em muitas partes do mundo tem acesso a cultura, não sabem ler ou escrever, não conseguem colocar pão na mesa... Muitos intelectuais acham a arte da fome uma arte. Infelizmente essas duas artes de vida não são paralelas, mas deveriam. Observo atentamente a populaçào que trabalho na Baixada Fluminense e vejo que aonde há pobreza a qualidade de vida nào acompanha as diversidades da cultura.

M: Atrás de um grande homem, outro monumental.

V: “Eu diria paralelo a um grande homem, há sempre um outro grande ser!” - Mas a vida é cruel e nem sempre é assim.
Observei na vida muitas pessoas fabulosas ao lado de imensos montes de lixo… mas isto é a complexicidade desse mundo em que moramos. Chamo o mundo de moradia alugada, pois podemos ser despejados a qualquer momento… assim também são com os relacionamentos.


M: Como você explica este teu “casamento/parceria” de décadas com o escritor atrópologo, cientista social Richard Parker. É possível a felicidade entre dois homens – dividir a cama, os problemas e administrar sentimentos como ciúmes, amor, dor e paixão – é fácil numa relação a dois?

V: Nossa parceria dura mais de 24 anos e isto é uma ARTE de VIDA. Não é fácil estar do lado de uma celebridade, acompanhar todo o trajeto de vida, carreira, momentos não muito fáceis e outros explendorosos, viagens… uma orquestra a ser conduzida com muito cuidado ou o conteúdo do relacionamento estraga.
Felicidade é uma coisa construída, edificada dia a dia ou sendo mais preciso hora a hora, minuto a minuto e até nos intervalos de felicidade há os momentos de enfrentamentos, diálogos, edificação de personalidades, aceitar e rejeitar, acreditar sempre que os problemas possam ser resolvidos democraticamente e com infinitos ingredientes positivos. É claro que dois homens, duas mulheres, dos seres humanos podem ser felizes… Como falei é uma orquestra e só devemos ter a sabedoria de conduzi-la corretamente.
Dividir a cama é a coisa mais fácil! Que todo relacionamento fosse só dividir a cama…caso fosse só isto o mundo não estaria com tantas camas vázias… a coisa importante no relacionamento é levantar depois da cama e continuar anos e dias que se seguem em suas vidas. Ai sim você prova e conduz o seu relacionamento…
Lembro-me sempre de um desenho de um casalzinho nú nos jornais que dizia “Amar é”… tão simples, mas tão difícil de ser adotado no seu relacionamento…
Ciúmes
eu tenho muito! Amo ter ciúmes controlados, eficazes, moderados, transformadores da monotonia… Um sofrimentozinho básico faz parte da rotina do amor. Não consegeria viver sem esse floral do ciúme positivo.

Amor pelo meu parceiro é do tamanho do mundo ou diria maior ainda, pois o que sinto pelo meu homem é algo inesgotável.

Paixão é uma delícia, mas é cruel, machuca, esfola e faz muitos relacionamentos acabarem, pois as pessoas confudem paixào com obsessão, posse, domínio e isto sào ingredients que azedam o paladar de qualquer receita perfeita. A paixão é coisa de primeiras semanas de namoro e os últimos dias de romances nào correspondidos por uma das partes. Falta na paixão o equilíbrio.

M: Como é o Vagner de Almeida no dia à dia. Como é um dia de rotina de um brazuca em Nova York? Você tem planos de voltar a viver no Brasil?

V: Eu não me sinto um BRAZUCA, sou um homem do mundo, um mundano como falava a minha mãe em vida, mas de forma agradável de se ouvir.
Tenho a minha casa aqui em NY e outra no Rio… Vivo trabalhando nos dois continentes e as minhas identidades com o Brasil e os USA são semelhantes. Sempre digo aos amigos que “o meu país é aquele que me trata bem, me respeita e me dá oportunidade como ser humano”, por isso me acho um pequeno património mundial. Caso tenham que morrer no Nepal e feliz, lá será a minha pátria e as minhas cinzas serão espalhadas ao mundo dali mesmo.
Não posso nunca falar mal dos USA, pois os enfrentamentos que passo aqui, tais quais ou piores passo no Brasil. Fico muito sentido quando escutos as pessoas falarem mau dos americanos, generalizando a sociedade. “Tanto aqui qto ai porcaria também há”. Tenho amigos maravilhosos aqui e no Brasil… na verdade tenho amigos incríveis no mundo inteiro, pessoas que me admiram e eu as admiro. O que não presta nas sociedade são os seus governantes, os seres do poder. Esses sim não prestam em lugar nenhum da terra.

M: Talvez a face mais cruel e desumana de tratamento para com os Gays seja a velhice. Numa realidade capitalista, imediata e superficial na qual estão inseridos os homossexuais – ficar velho pode ser em vida um injusto atestado de óbto, já que vitmas de estigmas e da segregação, muitas destas pessoas se tornam infelizes. Você concorda com isso?

V: Não concordo! Pois ao concordar com isto deixaria uma série de exemplos positivos sobre a velhice de lado, engavetados... Ficar velho é um processo de vida. Todos nós ficaremos, gays ou não. A forma de como conduzimos e edificamos a nossa velhice é que fará a diferença. Ouço muitas pessoas que estào sozinhas, abandonadas, sem família, sem amigos escomungarem a vida. Eu acredito na família pretendida, criada no decorrer de nossa passagem por aqui na terra. Temos que aprender a sermos menos auto-centrados, nos isolarmos por acharmos que somos superiores, esnobar em jovem o menos favorecido. Trabalho com várias pessoas idosas e as vejos em ângulos diferentes. Há parcerias de mais de 40 anos gays, 50 anos heteros e etc. Qdo observamos a era capitalista, o individualismo acelerado, o egoísmo acentuado, ai sim percebo que a velhicde é muito triste, principalemnte se nada foi construído de forma positiva para que qdo chegarmos nela, possamos sabiamente enfrenta-la e deixar nos levar com serenidade. Não tenho medo da velhice, da argamassa descer, mas a alma elevar-se em planos superiors.
A infelicidade, atestados de óbtos sào coisas espalhadas dentro de todos os segmentos da vida.
Eu espero morrer um velhinho acesso, eletrico, vivo, rindo e observando as coisas boas da vida… quero, necessito e desenvolvo no presente aos 48 anos uma identidade zen para mim e com o meu parceiro.
Sem julgar, mas expondo as minhas idéias sobre esse tópico observo que com um pouco de esforço de todas as gerações, inclusive dos idosos as coisas poderiam caminhar de uma outra forma.
Devemos desconstruir e criar uma nova idéia de que ser velho e gay não é um caminho para a morte solitária. No dia em que a nossa sociedade global observar que para cada problema há várias soluções, ninguém mais morrerá no abandono e na solidão, que tantos nos dias de hoje vivem.

M: Como estão acontecendo as tomadas com Gays da terceira idade para o seu próximo trabalho? Já tem um título definido? Porque você escolheu este tema?

V: Serei daqui alguns anos uma pessoa de terceira idade e quero agora aprender com eles como enfrentar todos os dias dos dias de nossas velhices. Pois a velhice não deve ser generalizada como fim de carreira de vida, mas sim uma edificação de aprendizados e sabedoria. Devemos sim é festejar sempre que for possível a nossa trajetória a velhice.
Há muito observo, convivo com todos os tipos de idosos. Moro no Leme, no Rio de Janeiro e Copacabana é um reduto de teceira idade de todos os gêneros e estilos. Quando nas minhas caminhadas matinais observo uma série de idosos fazendo as suas caminhadas. Alguns ativos e sozinhos, capazes de se movimentarem sós e outros em suas cadeiras de roda e guiados por sus familiars e infermeiros. Percebi que do outro lado da cidade em setores menos privilegiados, haviam, existem outros idosos carentes. Foi dai que surgiu a idéia de fazer um link com o que eu faço. Nosso projeto na ABIA – Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS com jovens HSH, deu-me um senso de passagem de vida e o que esses jovens serão daqui há 50 anos, 60 anos e eu nem mais aqui estarei. Ouvindo participantes das oficinas referindo-se aos Cacuras ( gays idosos), percebi que algo necessitava ser feito e comecie a colhetar ideías, fotografias, entrevistas e oficinas com idosos gays… os resultados começam a brotar e isto esta me dando muita satisfação em poder mais uma vez contribuir de uma forma muito objetiva com esse segmento da comunidade gay, não muitas das vezes assistidas.
O filme não tem título ainda, pois agora o que menos importa é o título, mas já tem forma o que é mais importante. Com a ajuda de Deus espero estreiar esse ano uns 4 documentários, incluído esse da terceira idade gay. Qualquer contribuição sera extremamete bem vinda, qualquer história de vida, fotos etc serão extremamente fundamentais para a realização desse projeto.


M: Vagner de Almeida é hoje uma referência internacional. O seu documentário “Borboletas da Vida” realizado em 2005, ganhou o primeiro lugar no New York Brazilian Filme Festival, foi um sucesso de crítica e de público e agora roda o mundo integrando outras jornadas e festivais. È muita responsabilidade? Fala um pouco pra gente deste trabalho .

V: Ser referência internacional é uma consequência do meu trabalho que venho realizando com a população homosexual desde o ínicio dos anos 80 com o surgimneto da AIDS.
“Borboletas da Vida”, realmente me projetou e está projetando em setores até então ainda não fixado com o meu trabalho. O prêmio no NYBFF, foi um marco e uma porta para ir em frente com o filme e com a carreira. Agradeço imensamente a oportunidade que as forças do bem me deram em ser premiado. Hoje viajo o mundo inteiro, o filme está competindo em diferentes festivais de diversidade sexual. Sou convidado pelas maiores univesidade dos USA e do Brasil para apresentar o filme seguido de debates, seminários e congressos. Isto é uma dádiva, um presente dos seres elevados que me protegem sempre. Tenho uma responsabilidade imensa com a minha instituição no Brasil, a ABIA, a qual tem me apoiado anos a fim para que esses tipo de projeto seja feito. É uma responsabilidade com a equipe que me acompanha estes anos todos. Tenho profundo agradecimento ao meu parceiro e diretor geral da ABIA Richard Parker, aos coordenadores gerais da ABIA, Veriano Terto Jr e Cristina Pimenta e aos meus assistentes de projeto e de filme Josias Freitas e Fábio de Sá. Só no ano passado o filme foi exibido em mais de 600 lugares, isto significando que houve quase duas aprentações por dia desse filme não comercial. Mais de 600 cópias foram distribuidas no Brasil inteiro gratuitamente para fundações e ONGs que trabalham com a diversidade sexual, inclusive há uma cópia, creio que disponível ao público ai no GGB.
Este anos estamos inscritos nos festivais de Miami e Toronto. Uma maratona de atividades incrível.

M: Estamos anciosos para saber do seu novo trabalho “Basta Um Dia”. À quantas anda as tomadas – cenas no Brasil e nos EUA ? Porque este título? E mais ainda, ao resolver fazer um documentário denúncia da gritante matança e da impunidade que ronda os crimes contra travestis, você pretende de alguma forma tornar público e cobrar justiça contra tal crueldade? Como é transitar no universo dos travestis?

V: Este filme é um outro marco na minha vida de ativista, artista, transformador e formador de opinião.
“Basta um Dia” é realmnete uma cobraça silenciosa, aqual espero que saia em gritos depois de lançado e que a impunidade de nossa sociedade seja revistada pelos orgãos competentes. O título é simplesmente o que tenho observado nas vidas desses atores sociais, as travestis. Para elas o dia seguinte é algo muito distante, pois vivem, como muitas mencionam hora a hora e não esperam nada do futuro. Qdo observamos os assassinatos de tantas meninas fabulosas e que até hoje nada foi feito para solucionar esses crimes de ódio surge uma imensa revolta. Transitar com essa comunidade é simples, rica e renovadora, basta nos intergrarmos e adiconar o respeito, o carinho e nos permitir entender e nos fazer enterder em ambos os universos. Nunca tive nenhum problema com nenhuma comunidade, pelo contrário sou sempre extremamente bem aceito aonde chego. “Basta 1 Dia” é um segmento de tantas impunidades reinates na Baixada Fluminense do Rio de Janiero.
Muitas pessoas me perguntam o por que de focalizar só um local específico em meus filmes? Um local determinado como se eu estivesse generalizando o mundo ou o Brasil? Minha resposta é muito simples. Não tenho pernas e braços para abranger o mundo todo. Então aqui, aonde eu tenho possibilidades de me organizar para dar o meu grito social e que este cantinho sirva de incentivo para que outras pessoas no Brasil ou no mundo comecem a refletir e agir para que tantas impunidades sejam castradas e os criminososo sejam banidos da sociedade livre.
Qdo “Borboletas da Vida” foi selecionada para o programa da Rede TV em Direitos de Resposta em Janeiro de 2006. Foi neste momento em rede nacional que percebi que o meu filme estava fazendo a sua parte social no mundo. Estivemos no ar mais de 85% do tempo exemplificando as idéias dos debatedores convidados pelo programa. Foi um marco para o filme e para o nosso Projeto Juventude e Diversidade Sexual da ABIA.

M: Técnicamente falando como é o teu trabalho?

Simples, muito simples, pois através de simplicidade eu monto os meus mosaícos. Trabalho tudo em digital e uso a criatividade. Há um fato muito interessante na minha vida para ser relatado:
“Um cineatas na noite da entrega dos prêmios no NYBFF, no intervalo disse-me que havia visto o meu filme e que observou que eu usei uma camera muito pobre para realiza-lo. Achei ofensivo, mas como não era hora parar discutir técnologia naquele exato momento, eu simplesmente agradeci a ele por ter assistido o filme e me retirei para o salão de premiações. Horas mais tarde meu filme é anunciado como melhor documentário de 2005. Um surpresa para mim, pois não esperava por tal premiação em meio de tantos outros filmes. Mas as Borboletas mereceram e foi premiado pela crítica e público.
Na recepção o cineatas estava confuso e completamete desorientado e falando publicamente mau de todos os filmes premiados, inclusive o meu. Calmamente em meio de tantos outros premiados e não, eu pedi a palavra e lhe disse… “em filme uma das coisas que mais conta para o gosto do público e da crítica é a criatividada, é o diferente, o novo. O meu filme não tinha uma camera boa, segundo você, mas tinha criatividade e foi premiado. O seu não foi com uma técnologia mais avançada!”

M: Como você gosta de colocar as imagens? Ângulos, edição, trilha sonora, luz....e pesquisa, há algum roteiro na sua mesa já sendo pensado para um próximo trabalho? É cara esta arte dos documentários? Você tem patrocínio?

V: As imagens são colocadas de forma que faça link com a história e não se perca no meio com a minha criatividade descontroalda, pois é o que mais se vê nos dias hoje. As imagens para mim, na minha linha de filme-documentário, a camera não se move muito, fica ali imparcial perante os atores sociais. Vário o máximo os ângulos, até mesmo para não cansar o público e recheio o filme com metáforas em fotografias. Trabalho sempre me equipe, sou um cidadão diplomata e democratico. A minha equipe tem que dar a primeira opinião sobre o primeiro copião, depois parto para alguns amigos inteligentes, pois nem todos são, mas não deixam de ser meus amigos e finalmente para uma sessão de críticos variados, partindo desde o porteiro da minha portaria do prédio até acadêmicos renomados. Acho fundamental essa reciclagem de opiniões. Tenho sempre uma sessão especial para todos os envolvidos no filme e só termino a edição final qdo todos estão de acordo com as suas imagens e depoimentos dados no filme. Por se tratar de tópicos de altissimo risco na maioria das vezes, não posso deixar as pessoas que voluntariamente trabalharam no filme expostas. Depois do ok delas parto para a finalização da última edição… Ai vem a parte técnica da arrumaçào dos defeitos equalizaçào, tradução, legendas, trilha Sonora … sou muto feliz nas montagens dos filmes, pois cada dia que passa eu aprendo muito mais com a opinião das pessoas e o trabalho fica mais enriquecido. Toda a parte técnica é desenvolvida por mim e pelos rapazes do projeto Juventude e Diversidade Sexual da ABIA. Os treinei em oficinas para que pudesem desenvolver seus próprios filmes.
Em “Ritos e Ditos de Jovens Gays” todos os participantes eram das oficinas. Filme o qual antecedeu as Borboletas.
Ainda continua sendo lago caro de ser feito bem, pois mesmo na era de tanta digitalização, caso você não termine bem o filme fica ordinário, com uma finalizaçào pobre.
Tenho dezenas de scripts na minha mesa de trabalho e todos enfileirados esperando inicia-los, assim que termine um produção começo outra. Não deixo nada pela metade. Acredito que corta a minha edificação espiritual.

M: Tem gente acha documentários “escessivamente didáticos e meio sem graça”, como você defende esta produção?

V: Tudo é como se faz ou a ideía que os idealizadores ou patrocinadores propõem. Tenho visto documentarios fascinates e nada didático. Oque na maioria das vezes circulam pelas ONGs são filmes erradamente feitos com intuítos didáticos… Um coisa monocódia, imagens pobres e idéias ralas. Tudo é possível ser transformador de opinião, arte delicada e bem intecionada. Se olharmos o número de videos mau acabados, produções ordinarias as prateleiras estào repletas deles.
O brasileiro ainda nào está habituado com documentarios, mas uma nova geração está surgindo e os próprios clips musicais de certa forma são documnetários e estão formando públicos. A televisão começa investir em docs, mas ainda com uma linguagem de telenovela ou seriado de tv.
Eu não defendo a minha produção, eu faço, eu continuo aprendendo a modificar as minhas falhas anteriores nos novos filmes. Digo modificar, pois no proxímo outras falhas surgirão também.

M: Quem na sua opinião faz um cinema legal hoje em dia? Fotógrafos, videomackers e diretores, quais os seus prediletos?

V: São tantos… há pessoas tão lindas fazendo coisas maravilhosas e estão no back stage do mercado. E outros como Walter Salles Jr, Nelson Pereira dos Santos, Antonio Calmon, Arnaldo Jabor, Bruno Barreto, Tizuka Yamasaki, Ang Lee e tantos outros estào ai produzindo filmes fabulosos…
Meu fotografo predileito é o Sebastião Salgado… ele é maravilhoso e eu encontro no trabalho dele a minha alma de fotografo… ele é o meu guru da fotografia…
Tenho uma galleria de fotografias que contém nos diasheoje cerca de 20 mil fotos. Todas catalogadas e datadas… A fotografia sempre foi uma arte que desenvolvi desde a idade dos 11 anos… Todos os meus filmes elas estão lá assinando fatos e registrando momentos.

M: No rol de grandes interesses da comunidade Gay há a adoção , a “parceria civil registrada – casamento gay”, direitos previdenciários, de herança e de manifestação pública do afeto; Você é a favor da visibilidade Gay.

V: Somos a favor da adoção, pois há tantas crianças necessitando de casas e pais para ama-los e dar um direção a eles na vida. Eu e o meu parceiro sempre endossamos a adoção por gays.
Parceria civil é importantíssima, pois o casal estabelizado gay é muito vulnerável perante as leis brasileiras. Somos alvos das maiores injustiças socias. O Brasil ainda contínua com as suas leis muito retrogadas mediante ao fato de que o gay brasileiro é um cidadão que só possui obrigações e raras oportunidades seu favor. Pagamos impostos de renda separados, contínuamos ainda na luta dos planos de saúde em conjuto, não somos reconhecidos como cidadãos plenos. As bancadas religiosas fazendo lobby contra a expressão de amor e carinho que dois seres humanos possam ter um pelo outro/a.
Afeto é de natureza do ser humano e não demonstra-la é castrar os seus sentimentos e liberdade de expressão. Eu sou um cidadão que o afeto aflora em meus poros e jamais me proíbo de mostra-los em público.
Evidentemente que sou a favor da visibiliddade , mas mesmo que não fosse, nós estamos ai cada dia mais infiltrando a nossa visibilidade no cotidiano brasileiro e do globo. Visibilidade não corresponde só aos beijos públicos em shoppings ou nas calçadas de bairros elegantes das grandes mecas metropolitanas. Visibilidade está além de manifestações carnavalescas ou “tanto barulho por nada”. Eqto houver as separações de classes, as facções dentro do próprio movimento gay, haverá um imensa resistência das forças contrárias a liberdade e igualdade da comunidade gay.

M: O que acha das Paradas do Orgulho Gay que estão tomando conta do Brasil, sendo a de São Paulo com 2,5 milhões de pessoas, a maior do mundo em 2005?

V: Ainda fico muito impactado com tanto carnaval, haves e festarias rodeando esse evento. Assusta-me ver uma multidão de pessoas sem um ideal de mudança. Observo uma movimentação, um remexido e não um movimento. Vejo uma série de paradas realizadas em bairros nobres das cidades e trazendo mais uma vez a mesmice de sempre. A mídia corre para o zoologico da parada e estampa as fantasiadas nas primeiras páginas de jornais importantes do país. E o sinônimo da parada é aquilo, como se naquela multidão não existissem pessoas, grupos, entidades lutando os 365 dias do ano para uma vida melhor para os gays. Esses grupos silênciosos, formiguinhas braçais ficam desaparecidas entre tanto glitter, músculos, seios, bundas, sungas, paêtes, plumas, apesar disto tudo fazer parte do pacote da manifestação. Porém não é o verdadeiro espírito da Parada. É uma pena ver essas paradas monopolizadas por alguns e com o comércio cor de rosa impregnado nas paradas. Há quem diga que nada se faz sem dinheiro ou patrocínio, concordo plenamente, mas qdo as pessoas tornam as paradas suas verdadeiras passarelas de vaidades, então o sentido de manifesto é desconstruído. A parada é importante, há muitas pessoas em cada cidade desse nosso país ainda acreditando em mudanças. Porém dentro até do próprio movimento das paradas há a máfia, pessoas que se instalam para de forma direta ou indireta criarem barreiras e dificultar a inserção de todos como uma célula única.
Esper ver 5 milhões de pessoas na proxíma parade de S.P, mas isto parar mim não significa muito, pois sei que em nosos país esse número poderia ser o dobro se fossemos mais concientes que só haverá grandes mudanças mediante o esforço de todos.

M: Qual o recado do Vagner Almeida para os nossos internautas e deixa ai os contatos para quem desejar conhecer ainda mais os seus trabalhos.

V: Devemos sempre lembrar que juntos podemos fazer uma grande diferença no sistema. Acredito em união, parceria, comunidade, sejam elas brancas ou negras, pobres ou ricas, simplesmente necessitam ser fortes, indestrutíveis… Creio que todos os dias que acordo e vejo que tenho mais um dia de vida pela frente sinto que a minha força pode adicionar-se a outras e fazer um imensa diferença positiva para o mundo.
Amo falar com as pessoas, conhece-las, compartilhar idéias e ideais.


Meu contato via internet é: vagner.de.almeida@ gmail.com o mesmo usado para o Messanger

www.vagnerdealmeida.com